19 de Novembro de 2015 Os hospitais públicos e os centros de saúde vão poder enviar doentes para as urgências ou para o internamento das unidades privadas ou do setor social. Esta situação pode ocorrer no período de inverno, mas apenas no caso de os serviços públicos não terem capacidade para dar resposta aos doentes. «Serão situações limite e apenas no caso de estar esgotada a capacidade de resposta do SNS», disse ao “DN” o secretário de Estado da Saúde Eurico Castro Alves, que admite já existirem negociações. Para garantir que não há falhas na assistência, como as da última época, prevê-se o eventual adiamento de férias no Natal ou Ano Novo de médicos, a reserva de 50 macas para o País e uma campanha para o uso da linha saúde 24. O Ministério da Saúde tem vindo a trabalhar com os serviços no âmbito do Plano de Contingência de Temperaturas Extremas – Módulo de inverno, tendo enviado um despacho aos hospitais e às regiões de saúde com medidas a acautelar. Eurico Castro Alves diz que o primeiro passo foi «pedir aos hospitais e centros de saúde que mobilizem os recursos e meios técnicos. Têm de ter equipas e estar preparados para as reforçar nos momentos necessários. Demos-lhes as ferramentas para esse efeito. Pedimos para orientarem e ativarem os meios, como as salas, zonas para as camas, macas». A Direção-Geral da Saúde vai «definir o período crítico da gripe, em que há mais pressão. Nesse momento estão em vigor medidas excecionais», como os acordos com o setor privado e social. «Estamos a fazer um acordo com instituições de solidariedade social (IPSS) e as misericórdias, em conjunto com o Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social. Os casos sociais são um problema. Há utentes com alta clínica que continuam a ocupar uma cama porque não têm onde ficar», frisa. Eurico Castro Alves reconhece que no ano passado houve coisas que «correram menos bem» e, como tal, desta vez a aposta é «organizar os serviços em tempo útil». O INEM, por exemplo, «vai ter uma reserva estratégica de 50 macas que pode levar a qualquer unidade do País». Para os utentes, vai apostar-se «na informação e na utilização da Linha Saúde 24. Se conseguirmos dispensar a ida de algumas pessoas à urgência e reduzir a pressão já é bom. Contamos lançar brevemente uma campanha de informação em grande escala para motivar as pessoas a usar a linha. Para isso estamos a pedir ao operador para reorganizar os serviços e preparar o período crítico. As solicitações serão superiores». No despacho de há dois dias, determinou-se que as escalas têm de estar visíveis diariamente, com os nomes dos profissionais. E se estiver em causa, as férias podem ser revistas ou alteradas. «Os hospitais podem contratar, aumentar o valor hora e, até mudar as férias. A situação tem relevo social, por isso apelamos à responsabilidade e sentido ético dos gestores e profissionais», diz Eurico Castro Alves. O mesmo pode acontecer nos centros de saúde, onde há serviços a fechar neste período. «É de esperar que mantenham pelo menos os períodos habituais e com capacidade de resposta», havendo alargamentos de horários previstos para aliviar a pressão. «O desejável é retirar o máximo de doentes das urgências». |