Hospitais públicos asseguram 80% das urgências e mais de 70% de internamentos e cirurgias 438

Os hospitais públicos ou em parceria público-privada mantiveram-se em 2023 como os principais prestadores de serviços de saúde, assegurando 80,8% dos atendimentos em urgências e mais de 70% dos internamentos e cirurgias, segundo dados do INE hoje divulgados.

A Lusa avança que, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), os hospitais do setor público também asseguraram a maioria das consultas médicas, “mas esta é a componente de atividade em que os hospitais privados comseguiram atingir o peso mais expressivo, representando 39,2% do total”.

Os dados da publicação “Estatísticas da Saúde”, divulgada por ocasião do Dia Mundial de Saúde, que se assinala em 7 de abril, referem que em 2023 existiam 242 hospitais em Portugal, 112 dos quais do Serviço Nacional de Saúde.

O número de hospitais do setor público em funcionamento tem permanecido relativamente estável desde 2016, mas houve uma diminuição de 15 hospitais em relação a 2010”, assinala o INE.

Relativamente aos hospitais privados, o INE adianta que 130 estavam em funcionamento, mais 28 do que em 2010, sublinhando que a sua “predominância numérica” se iniciou em 2016 e abrange todo o país.

Em 2023, existiam nos hospitais 35,7 mil camas disponíveis e apetrechadas para internamento imediato, menos 211 do que em 2022, correspondente a 3,4 camas de internamento por 1.000 habitantes.

Do total de camas, 67,9% estavam em hospitais públicos ou em parceria público-privada.

Em relação ao início da série estatística, em 1999, assistiu-se a uma redução de 2,5 mil camas de internamento (menos 6,7%) causada principalmente pela evolução nos hospitais públicos ou em parceria público-privada (menos 5,5 mil camas, o equivalente a menos 18,4%).

Em contrapartida, entre 1999 e 2023 registou-se um acréscimo de 2,9 mil camas de internamento nos hospitais privados (mais 34,4%).

Relativamente aos internamentos, os dados indicam que, depois de em 2020 terem sido registados os valores mais baixos da série iniciada em 1999, o número de internamentos em 2023 voltou a ultrapassar um milhão, totalizando cerca de 1,1 milhões, e o número de dias de internamento os 10 milhões, tendo ocorrido mais 27,5 mil internamentos (2,5%) e menos cerca de 36.200 dias de internamento face a 2022 (0,4%).

Os hospitais públicos ou em parceria público-privada asseguraram cerca de 828 mil internamentos (73% do total) e 7,3 milhões de dias de internamento (71,9% do total)”, o que significa um reforço de aproximadamente três mil internamentos e menos 123 mil dias de internamento relativamente a 2022.

No ano de 2023, os doentes permaneceram internados nos hospitais públicos e em parceria público-privada, em média 8,9 dias (8,8 em 2022), enquanto nos hospitais privados o tempo médio de internamento foi de nove dias (10,1 dias em 2022).

Em 2023, realizaram-se cerca de 8,1 milhões de atendimentos nos serviços de urgência dos hospitais portugueses, mais cerca de 48.100 do que em 2022 (+0,6%).

Nos hospitais do setor público, realizaram-se 6,5 milhões de atendimentos em 2023, menos 0,6% comparativamente a 2022, e nos hospitais privados 1,5 milhões, (mais 5,8%), o número mais elevado desde 1999.

Em 2023, existiam em Portugal 62.132 médicos e 83.538 enfermeiros, respetivamente mais 2,9% e 2,1% do que em 2022.

O número de médicos por mil habitantes era mais elevado na região da Grande Lisboa (8,2) e mais baixo na região Oeste e Vale do Tejo (2,5), enquanto o número de enfermeiros por mil habitantes era mais elevado na Madeira e nos Açores (10,3 e 10,0, respetivamente) e menor na região Oeste e Vale do Tejo (5).

Entre 2000 e 2023, o número de especialistas em Medicina Geral e Familiar quase duplicou e o número de especialistas em Pediatria aumentou 82,6% (respetivamente, 3,0% e 2,9% em média ao ano).

Em 2023, 40,3% (25.016) do total de médicos trabalhavam num hospital, menos 0,9 pontos percentuais que em 2022, refere o INE, notando que “a proporção de médicos a trabalhar nos hospitais tem vindo a diminuir nos últimos 24 anos: em 1999 representavam 61,2%”.