Hospitais vão receber mais 456 milhões para pagar dívidas 03 de novembro de 2014 O Governo vai injetar mais 456 milhões de euros no capital social dos hospitais-empresa, para acabar «com a chaga da dívida», como disse o primeiro-ministro na quinta-feira, durante o debate parlamentar na generalidade do Orçamento do Estado para 2015. O relatório do Orçamento do Estado para 2015 (OE/15), conhecido a 15 de outubro, referia especificamente um «reforço do capital dos hospitais em situação de falência técnica». O valor a injetar é detalhado no documento que Paulo Macedo apresentará hoje aos deputados quando for explicar o orçamento do Ministério da Saúde ao Parlamento. Fonte oficial do gabinete do ministro explicou ao “Diário Económico” que os 156 milhões serão afetos aos hospitais em 2014, e os restantes 300 milhões no próximo ano. Este reforço do capital social dos hospitais, que será canalizado para o pagamento de dívidas vencidas, é mais um passo para «acabar com a chaga de o Estado ter de pagar sempre mais caro por não pagar a horas pelos serviços de saúde prestados», disse Passos Coelho na quinta-feira. E foi mais longe, ao afirmar que o Governo espera acabar com as dívidas dos hospitais empresariais públicos até ao final legislatura. O economista Pedro Pita Barros não acredita que a medida, «ainda que necessária», venha resolver o problema crónico das dívidas na Saúde. «Como há uma tendência de crescimento da dívida permanente, é adiar o problema por um ano – ao ritmo de 25 milhões de euros por mês (em média) de crescimento da dívida, basta um ano para esgotar este reforço de capital», defendeu o especialista em Saúde, no seu blog “Momentos Económicos”. Aliás, basta recuar ao início deste ano para perceber que as injeções de capital não estancam o agravamento da dívida. Em janeiro, o Executivo usou a mesma medida: reforçou o capital social dos hospitais em 451 milhões. Na altura, a dívida total a fornecedores era de 1.604 milhões de euros. Nove meses depois, no final do terceiro trimestre, tinha crescido para 1.779 milhões. |