11 de Março de 2015 Faltam ortopedistas no hospital da Guarda. Os quatro médicos que integram o quadro e um quinto profissional reformado não são suficientes para dar resposta ao número de casos que chegam ao hospital. Realidade que obrigou a que 10 doentes fossem reencaminhados para o hospital de Viseu. No entanto, esta situação não é exclusiva do serviço de Ortopedia. Também a Cardiologia do hospital da Guarda conta apenas com três especialistas e «há muitos dias em que a urgência geral fica a descoberto e o internamento entregue à enfermagem». O hospital tem uma unidade de cuidados intensivos para doentes coronários a funcionar 24 horas por dia sem dispor de um médico residente. “É uma situação inacreditável e é provável que a Ordem dos Médicos não tenha conhecimento desta situação”, disse fonte clínica ao jornal “Público”. A administração do hospital já contratou ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) três médicos ortopedistas que vão reforçar ainda este mês a equipa de urgência. Paralelamente, o hospital abriu um concurso para a contratação de mais um ortopedista para o quadro e, segundo o diretor clínico, Gil Barreiros, vai também contratar mais um médico reformado para trabalhar 20 horas semanais na urgência. O diretor clínico lembrou, contudo, que este reforço não terá efeitos imediatos, pois o processo de contratação de novos médicos é complicado e moroso, pelo que só dentro de seis meses a urgência do hospital da Guarda poderá contar com mais este elemento. «Teoricamente temos a urgência assegurada praticamente até ao fim do mês, embora haja um ou outro dia ainda a descoberto», disse o diretor clínico, que admite que situações idênticas possam acontecer quando um dos médicos adoecer ou iniciar as férias. A realidade do serviço de Radiologia é considerada a «mais dramática e a mais antiga». Um clínico, que solicitou o anonimato, revelou que, «em 90% dos dias, o Hospital da Guarda não tem um radiologista a tempo inteiro no serviço de urgência». Esta situação tem implicações noutros serviços e obriga a que os doentes sejam enviados para os hospitais de Castelo Branco, Covilhã, Coimbra e Viseu e também para instituições privadas de imagiologia, solução que custa «muito dinheiro» aos cofres do hospital da Guarda. |