Hospital de Gaia disponibiliza novo tratamento para arritmia cardíaca 652

Hospital de Gaia disponibiliza novo tratamento para arritmia cardíaca

24 de setembro de 2014

O Centro Hospitalar Gaia/Espinho (CHVNG) anunciou hoje ter iniciado recentemente um novo tratamento para a arritmia cardíaca mais frequente entre os portugueses (fibrilação auricular) através de uma nova tecnologia que utiliza o frio extremo (crioablação), de acordo com a “Lusa”.

A fibrilação auricular (FA) é uma alteração do ritmo e da frequência do batimento do coração, em que as aurículas contraem de forma irregular e descoordenada, o que pode levar a que o sangue se acumule nesta zona do coração, com risco de formação de coágulos, que se podem deslocar através da corrente sanguínea e bloquear o afluxo de sangue ao cérebro e, consequentemente, provocar acidentes vasculares cerebrais.

De acordo com João Primo, responsável pelo Laboratório de Eletrofisiologia do CHVNG, «embora com longa experiência e grande número de doentes tratados através de radiofrequência – técnica convencional – foi decidido iniciar o tratamento da fibrilação auricular agora através da utilização do frio intenso».

«Esta técnica utiliza um cateter fino e flexível para avaliar a arritmia e um cateter com balão que congela e destrói as células na entrada das veias pulmonares, isolando-as e bloqueando assim a passagem de correntes elétricas não desejadas», explicou o responsável.

O diretor do Serviço de Cardiologia, Vasco Gama Ribeiro, salientou que «com esta nova técnica, o CHVNG disponibiliza mais uma terapia de última geração para tratar uma das doenças cardíacas mais comuns e sub-tratadas [não são conhecidas] entre os portugueses».

Segundo o cardiologista, «estima-se que mais de metade dos doentes diagnosticados com FA não respondem favoravelmente ao tratamento farmacológico, sendo portanto lícito pensar na ablação da fibrilação auricular como primeira escolha em casos selecionados».

A FA é a arritmia mais prevalente, afetando cerca de 1% da população e a partir dos 50 anos a incidência duplica em cada década. Nos últimos anos, a prevalência tem vindo a aumentar.