Hospital S. João admite impossibilidade de manter Serviço de Farmácia «na sua plenitude» 1115

Na sequência da denúncia feita pela OF à Ministra da Saúde, da falta de profissionais nos hospitais, a administração do Hospital de São João no Porto (CHUSJ), alerta que, devido a «um défice muito relevante» de recursos humanos, poderá não ser possível manter o Serviço de Farmácia «na sua plenitude».

A ministra da Saúde já comunicou que as suas equipas estão a trabalhar para ultrapassar a questão da falta de recursos humanos nas farmácias hospitalares: «A preocupação da senhora bastonária da Ordem dos Farmacêuticos mereceu-me a mesma preocupação, com a circunstância adicional de que à ministra da Saúde cabe-lhe ultrapassar os problemas», confirmou Marta Temido.

Num comunicado do Hospital à Agência “Lusa”, a administração hospitalar afirma: «Devido à situação deficitária não é possível ao Serviço de Farmácia manter o nível de serviço na sua plenitude e que sempre foi norma no CHUSJ». O hospital explica que «está identificado um défice muito relevante de recursos humanos nos Serviços Farmacêuticos (farmacêuticos e técnicos) do CHUSJ, que foi agravado com a passagem recente dos horários para as 35 horas», acrescentado que desde 2017 tem vindo a reclamar, sem sucesso, a contratação de mais profissionais.

De acordo com a nota de imprensa, “não está tomada nenhuma decisão definitiva em relação à manutenção da presença física de farmacêutico durante o período noturno, mas, tal como em outros hospitais, pode não ser possível manter a prestação atual”. No entanto, «estão em preparação medidas de recurso que garantam a continuidade de tratamentos, o fornecimento imediato e tempestivo de fármacos e que envolvem a preparação e a constituição de armazéns avançados nos serviços clínicos e a preparação dos profissionais para esta contingência».

A administração hospitalar relatou ainda que «em julho de 2018 se verificou uma desconformidade no fornecimento de um fármaco a um doente, da qual não resultaram sequelas permanentes para o doente devido à pronta intervenção dos profissionais logo que a situação foi detetada» e que na sequência do sucedido, foram tomadas medidas corretivas. Implementou-se assim a modificação das pausas e períodos de descanso da unidade de farmácia de ambulatório e a definição de dois polos da farmácia de ambulatório, concentrando num deles o doente oncológico, «de forma a reduzir o stress e sobrecarga profissional e a verticalizar competências», como asseguram no comunicado.

Segundo comunicações da Bastonária da OF à agência “Lusa”, pela incapacidade e falta de recursos humanos, o São João vai ter de encerrar o serviço farmacêutico de prevenção entre as 20:00 e as 08:00.