Hospital Santa Maria nunca foi contactado pelo São José no caso de David Duarte 703

Hospital Santa Maria nunca foi contactado pelo São José no caso de David Duarte

19 de Janeiro de 2016

O presidente de Santa Maria garantiu hoje que o seu hospital nunca foi contactado por São José para receber o jovem que morreu com um aneurisma, apesar de inicialmente ter tido a informação de que recusou ajuda que lhe foi pedida.

Ouvido hoje na comissão parlamentar de Saúde, a pedido do PCP, Carlos Martins explicou que pôs imediatamente o lugar à disposição porque foi contactado pelo ministro que lhe disse que «o presidente da Administração Regional de Saúde [ARS] se demitiu e que havia outras duas pessoas na mesma situação» [os presidentes dos hospitais de Santa Maria e São José], citou a “Lusa”.

O caso de David Duarte, que morreu na madrugada de 14 de dezembro após ter dado entrada no São José com um aneurisma roto, está hoje a ser apreciado na comissão parlamentar de saúde.

O presidente do conselho de administração do Hospital de Santa Maria entendeu então deixar total liberdade ao ministro para tomar as medidas que entendesse necessárias.

Até porque, acrescentou, nesse dia [22 de dezembro] «ao final de tarde, os dados disponíveis pelo ministro eram de que Santa Maria tinha sido acionado e não tinha respondido».

Carlos Martins terá tomado por boa essa informação, mas à noite (nesse mesmo dia), o diretor de serviço disse-lhe «que Santa Maria não tinha disso acionado», facto de que o presidente do Conselho de Administração disse ter provas.

O responsável deu ainda a entender que teria tido resposta para o jovem se tivesse sido contactado, já que desde 2008 aquele hospital dispõe de um sistema que funcionou sempre e que consiste numa «escala voluntária», em que os profissionais sabem que podem ser chamados para comparecer no hospital e que têm um pagamento percentual estipulado.

«De acordo com o relatório que solicitei, não temos nenhum registo de falha neste período de tempo, nenhum registo de morte ou recusa de qualquer profissional de comparecer no hospital em caso de necessidade. É essa a prática, diria que quase corrente, em Santa Maria», afirmou.

O responsável sublinhou que «até prova em contrário, o sistema montado desde 2008 funcionou: prevenções para resposta quando necessário».