Na última década, o Laboratório da Polícia Científica (LPC) identificou 90 novas substâncias psicoativas (NSP) em Portugal, sobretudo canabinoides sintéticos e catinonas, que chegaram a ser comercializados nas smartshops como “drogas legais”. Com o encerramento destas lojas, em 2013, o fenómeno relacionado com estas substâncias terá diminuído bastante, mas não deixa de ser preocupante.
De acordo com os dados do estudo “Novas Substâncias Psicoativas em Portugal. Metodologia Trendspotter/Relatório Final, 2018”, que cita o LPC, no ano passado foram identificados 16 canabinoides sintéticos diferentes – mais um do que em 2016 – e 26 catinonas sintéticas distintas (mais 15 tipos de estimulantes análogos à cocaína do que no ano anterior).
Os anos de 2011 e 2012 foram aqueles em que se registou o maior número de apreensões de NSP em Portugal, mas, desde 2015, o número de amostras tem vindo a aumentar. No caso das catinonas, por exemplo, verificou-se «um aumento da sua diversidade e disponibilidade».
No total, chegaram ao LPC 90 novas substâncias psicoativas distintas nos últimos dez anos, mas, segundo a publicação do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), não quer dizer que todas se destinassem ao consumo em território nacional. Além das que já foram referidas, as feniletilaminas ou os opioides sintéticos encontram-se igualmente em circulação, de modo crescente.
À semelhança do que aconteceu na Europa, em Portugal «o crescimento exponencial do número de smartshops foi acompanhado pelo surgimento no mercado de um número crescente de novos compostos, nomeadamente de origem sintética, maioritariamente fabricados na China e na Índia e mais potentes do ponto de vista psicoactivo», cita o jornal “Diário de Notícias”.