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Identificado grupo de proteínas na origem da reparação de células com danos

08 de Agosto de 2016

Investigadores portugueses identificaram um grupo de proteínas que está na origem da reparação das células, em caso de dano motivado por uma doença como a tuberculose ou uma lesão muscular durante a prática de desporto.

«Quando o complexo [proteico] existe, a reparação do dano [na célula] ocorre naturalmente», frisou à “Lusa” uma das cientistas, Otília Vieira, do Centro de Estudos de Doenças Crónicas da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

O dano é um ‘furo’ ou ‘poro’ causado na membrana da célula por um agente patogénico, como a bactéria da tuberculose.

Sem este ‘escudo’ de proteínas, formado a partir de uma proteína chamada Rab3a, a bactéria da tuberculose que não for tão virulenta, agressiva, e, portanto, não provocar uma infeção tão grave, estando esta mais controlada, torna-se virulenta, de acordo com a investigadora.

Nestas circunstâncias, a célula não consegue ‘tapar’ o ‘furo’, morre e a bactéria escapa-se e atinge células vizinhas, gerando uma «tuberculose fulminante», adiantou.

Quando o complexo de proteínas está ativo, a célula infetada morre na mesma, mas consegue reparar o dano causado na sua membrana pela bactéria, evitando que esta se propague a outras células.

Trata-se, segundo Otília Vieira, de «um complexo importante para o posicionamento dos organelos», uma espécie de compartimentos da célula, que são «responsáveis por ‘tapar’ o ‘poro’ da membrana».

A cientista esclareceu que os danos na membrana celular, e semelhante mecanismo de reparação, também ocorrem nas células do músculo-esquelético e do cérebro (neurónios).

Por isso, a equipa crê que a ‘maquinaria’ celular na origem da reparação de um dano numa célula, e agora identificada, pode dar pistas para possíveis estudos de novos tratamentos contra a tuberculose ou doenças crónicas.

Para o estudo em apreço, publicado na revista “Journal of Cell Biology”, os cientistas usaram culturas de células humanas, nomeadamente os macrófagos, especialistas na defesa do organismo contra microrganismos como as bactérias.

A investigação foi realizada pelo Centro de Estudos de Doenças Crónicas da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, em colaboração com a Universidade de Coimbra e a Harvard Medical School, nos Estados Unidos.