Incêndio no hospital de Ponta Delgada teve origem nas baterias dos condensadores 338

O incêndio que deflagrou no início de maio no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), nos Açores, teve origem nas baterias dos condensadores, segundo o primeiro relatório técnico, revelou hoje a secretária regional da Saúde, citada pela Lusa.

“Tal como foi afirmado por mim na semana após o incêndio, e confirmado por este relatório, a origem do incêndio está associada a falência de equipamentos, nomeadamente nas baterias dos condensadores existentes no compartimento técnico por baixo do grupo de geradores, localizado no piso 1 do hospital. Aguardamos o relatório técnico detalhado, que carece de uma maior densificação técnica”, adiantou a titular da pasta da Saúde nos Açores, Mónica Seidi, numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.

Segundo a governante, o relatório técnico de averiguação das causas do incêndio, solicitado ao conselho diretivo dos Açores da Ordem dos Engenheiros, foi entregue “no início da semana passada”, mas o conselho de administração do hospital aguarda ainda por um “relatório detalhado”.

“Não obstante estarem extraídas as conclusões, estas ainda se encontram em fase de fundamentação técnica escrita”, explicou.

O relatório técnico “resultou de visitas ao local do incêndio, da audição de trabalhadores e da análise de documentação solicitada pelos peritos”.

Mónica Seidi disse que o documento já entregue apresenta as conclusões e faz recomendações ao conselho de administração e “uma sugestão ao Governo Regional quanto às necessárias medidas a adotar”.

No entanto, a tutela decidiu não tornar público o documento, neste momento, uma vez que decorre um processo de inquérito e averiguações pela Polícia Judiciária e o conselho de administração do HDES “enviou um requerimento ao juiz de instrução criminal a solicitar a junção aos autos deste relatório”.

A governante revelou, ainda assim, que o relatório concluiu que a origem do incêndio esteve “nas baterias dos condensadores”.

“É uma falha de equipamento e atendendo à especificidade daquele material poderá acontecer. Essas baterias eram vistoriadas de forma regular. Portanto, temos de perceber ainda melhor o que aconteceu, mas é essa fundamentação técnica detalhada que contamos que nos seja entregue no segundo relatório”, apontou, acrescentando que ainda não há um prazo para que esse documento esteja concluído.

Sem revelar qual foi a sugestão dada ao executivo açoriano no relatório, Mónica Seidi disse que era uma medida que “o Governo Regional já pensaria adotar”.

“Há medidas que ao longo destes quase dois meses foram sendo implementadas. Contudo, e por forma a cumprir a decisão do conselho de administração de solicitar o requerimento ao juiz de instrução criminal, enquanto não houver uma pronúncia do próprio juiz não compete a mim estar a falar de forma mais pormenorizada do referido relatório”, salientou.

A governante adiantou, contudo, que “todos os quadros elétricos do hospital já foram à data de hoje inspecionados, ao nível do risco de incêndio”.

“Qualquer edifício em que haja sistemas elétricos tem naturalmente um risco de incêndio acrescido. No caso do hospital, como tinha, por exemplo, um posto de transformação único, tem neste momento três postos de transformação, que estão com uma localização exterior e isso por si só reduz o risco associado”, acrescentou.

A titular da pasta da Saúde referiu ainda que, “durante esta semana”, o grupo de trabalho criado para avaliar os danos do incêndio no HDES “submeterá à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores o primeiro relatório preliminar produzido neste âmbito, após três reuniões que já aconteceram desde 31 de maio”.