Indústria Farmacêutica: Devoluções aumentaram de 11% para 18% entre 2018 e 2022 35

As devoluções da Indústria Farmacêutica entre 2018 e 2022 aumentaram de 11% para 18% segundo o estudo ‘Análise do investimento do SNS com medicamentos 2018- 2026 | Modelos de Financiamento para o Futuro’, apresentado, ontem,  pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA).

“O peso das devoluções das vendas realizadas pela Indústria Farmacêutica pode chegar, em 2026, aos 30% do mercado SNS hospitalar afirmou António Donato, vice-presidente da APIFARMA, durante a conferência de apresentação do estudo, em Lisboa, citado pelo portal da associação. Sendo que o valor reportado pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) “não considera uma parte das devoluções da Indústria Farmacêutica”, acrescentou.

Este modelo é insustentável e carece de alterações, defende António Donato. “É totalmente impossível a Indústria Farmacêutica acomodar devoluções deste tipo” pelo que “é necessário mudar o modelo de financiamento de medicamentos” que permita o acesso dos doentes aos medicamentos inovadores, garanta a sustentabilidade do SNS e assegure a viabilidade económica das empresas da Indústria Farmacêutica.

Os resultados do estudo foram debatidos pelo presidente da APIFARMA, João Almeida Lopes, e pelo presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo.  “Preocupa-nos sobremaneira o valor que os volumes estão a atingir”, reforçou Almeida Lopes, acrescentando que o montante crescente das devoluções “vai inviabilizar algumas operações e isso significa menos acesso à inovação para as pessoas”. Assegurou ainda a total disponibilidade da Indústria para encontrar soluções.

Já Rui Santos Ivo mostrou-se, também citado pelo portal da APIFARMA, “completamente disponível” para a realização de um “estudo sucedâneo” do apresentado, que considerou “muito relevante, mas tem de ser complementado”.  O presidente do Infarmed defendeu ainda que o estudo a ser desenvolvido teria de considerar três variáveis: “Investimento na inovação; investigação & desenvolvimento e ensaios clínicos; e o investimento em capacitação industrial”.