Na sequência da notícia veiculada pelo “Jornal de Notícias” de que o INFARMED está a reprovar cada vez mais pedidos dos hospitais para autorização da utilização excecional de medicamentos inovadores (AUE) ainda não comercializados no país, o INFARMED manifestou a sua posição em relação a este assunto numa resposta em exclusivo ao NETFARMA.
De acordo com a citada fonte, as rejeições do INFARMED escalaram os 300%, num total de 391 pedidos de autorização de utilização excepcional indeferidos registados de janeiro a outubro deste ano, em comparação com período homólogo do ano passado.
Os indeferimentos foram alvo do críticas de vários profissionais de saúde, que consideram que esta barreira tem vindo a prejudicar os tratamentos de vários doentes, nomeadamente oncológicos. Entre estes encontra-se Fernando Leal da Costa, ex-ministro da Saúde e hematologista do IPO de Lisboa, que referiu ao “Jornal de Notícias” que a única explicação para este bloqueio é «a necessidade de pressionar os laboratórios para aceitarem preços mais baixos».
Segundo dados do INFARMED aos quais a referida fonte teve acesso, o Estado português registou 1.045 milhões de euros em medicamentos nos hospitais do SNS, de janeiro a outubro de 2018.
Já de acordo com as declarações prestadas ao nosso Portal pelo INFARMED, «numa fase em que os medicamentos ainda não foram avaliados em relação à sua eficácia e segurança, se aprovassem as AUE’s chegávamos a estar a prejudicar os doentes em vez de melhorar a sua Saúde».
A autoridade assegura ainda ao NETFARMA que «a verdadeira inovação estará sempre disponível para os doentes».