A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) veio alertar para a importância de notificar os efeitos adversos aos medicamentos para que as autoridades possam atuar, seja alterando indicações do folheto informativo, seja suspender ou revogar o fármaco.
“É um direito e é um dever porque é um ato altruísta ajudar a tornar os medicamentos ainda mais seguros”, afirmou Fátima Canedo, a diretora do departamento de farmacovigilância do Infarmed, em declarações à Lusa.
Fátima Canedo sublinha que “os efeitos indesejáveis existem” e que quando o medicamento é colocado no mercado veio de ensaios clínicos, “com condições muito controladas e que nada têm que ver com a utilização real do medicamento”.
A diretora do departamento de farmacovigilância do Infarmed indicou que no folheto informativo que acompanha o medicamento “já existem uma série de efeitos indesejáveis conhecidos”, mas lembra que, “mesmo esses, é importante notificar”.
“O que fazemos perante a informação de efeitos indesejáveis é tomar medidas para contribuir para que a utilização do medicamento seja ainda mais segura. No fundo, evitamos que outros doentes estejam sujeitos aos mesmos riscos”, explicou.
Entre as medidas que o Infarmed toma quando são comunicados efeitos indesejáveis estão alterações ao folheto informativo e ao resumo das características do medicamento, que é dirigido aos profissionais de saúde.
“Podemos suspender o medicamento e pedir à indústria farmacêutica mais dados de segurança e podemos chegar ao limite de revogar (…). Quando o risco não justifica a manutenção no mercado, o medicamento é revogado”, sublinha.
Para notificar efeitos adversos, tanto doentes como cuidadores de doentes ou profissionais de saúde (médicos ou farmacêuticos), como a própria indústria podem recorrer ao portal específico do Infarmed (Portal RAM).
“É sempre um convite à notificação. O doente, no fundo, está a expor ao sistema uma situação para evitar que outros sofram as mesmas consequências, pois o Infarmed atua e torna as condições de toma do medicamento mais seguras”, indicou.
O Infarmed alerta a quem toma medicamentos, que se sentir algum efeito indesejável, deve começar por ler o folheto informativo e ver se tem alguma indicação especial, consultar o profissional de saúde (médico ou farmacêutico) e notificar às autoridades.