Na sequência de notícias veiculadas após Constança Braddell, de 24 anos, doente com fibrose quística, ter lançado um apelo nas redes sociais no qual afirmava lutar por ter acesso a um medicamento, o Infarmed emitiu um comunicado para esclarecer a situação.
“Relativamente ao acesso ao medicamento Kaftrio para uma doente especifica, o Infarmed gostaria de informar que se encontra a acompanhar o caso desde a passada sexta-feira, após contacto da doente, tendo sido desde logo contextualizado o acesso ao medicamento através de AUE, a ser solicitada pelo hospital (com o qual o Infarmed se encontra igualmente a articular o acesso desta doente)”, pode ler-se no comunicado.
“No caso concreto deste medicamento, e enquanto decorre a sua avaliação (cujo objetivo é garantir o acesso de todos os cidadãos, quer às terapêuticas inovadoras, quer aos demais cuidados que necessitem no contexto do Serviço Nacional de Saúde (SNS), existe a possibilidade de acesso ao medicamento, da iniciativa do hospital, através de Autorização de Utilização Especial (AUE), ao abrigo de um Programa de Acesso Precoce (PAP), no caso deste medicamento aprovado em 27 de novembro de 2020”, esclarece, ainda, a nota, salvaguardando que, apesar de os pedidos de AUE serem anónimos, “após novo contacto da doente, o Infarmed contactou o hospital que a segue, no sentido de verificar se existia de facto um pedido pendente e, se necessário, apoiar o hospital nesse processo.Até ao momento (05/03/2021) não foi submetido ao Infarmed pedido de AUE para esta doente, tendo este facto sido confirmado pelo hospital. O Infarmed tem toda a disponibilidade para analisar o processo a fim de ser disponibilizado o medicamento à doente no mais curto espaço de tempo, apenas quando o pedido for submetido tal será possível”.
O Infarmed salienta que, em 2021, foram aprovados dois medicamentos inovadores para o tratamento da fibrose quística e frisa: “Enquanto Autoridade Nacional do Medicamento não iremos ficar indiferentes a qualquer pedido que nos seja submetido. Nunca ficámos. O nosso trabalho ao longo destes 28 anos tem-se sempre pautado pelo diálogo, pela transparência e pela confiança que proporcionamos ao sistema de saúde e à sociedade.”