INFARMED suspende preparação de tratamentos de quimioterapia no Hospital de Torres Vedras 694

INFARMED suspende preparação de tratamentos de quimioterapia no Hospital de Torres Vedras

 

 

04 de maio de 2017

A preparação dos tratamentos de quimioterapia no Hospital de Torres Vedras foi suspensa pelo INFARMED, obrigando a que a medicação para os doentes oncológicos do Oeste tenha que ser preparada no Hospital de Santa Maria.

Em causa estão «não-conformidades» identificadas pelo INFARMED no Hospital de Dia de Oncologia da Unidade de Torres Vedras durante uma inspeção realizada «em março de 2017», confirmou o Centro Hospitalar do Oeste (CHO) à agência “Lusa”.

De acordo com o Conselho de Administração (CA) do CHO, onde se integra o Hospital de Torres Vedras, o relatório da inspeção, enviado no final do mês de abril, «recomendou a suspensão da preparação de citotóxicos», conhecidos em termos gerais como tratamentos de quimioterapia.

Esta é a segunda vez que o CHO vê a preparação de citotóxicos suspendida pelo INFARMED, depois de há um ano aquele organismo ter mandado suspender os tratamentos no Hospital de Dia de Oncologia da Unidade das Caldas da Rainha.

A suspensão teve como causas o «facto de a câmara de fluxos laminares não estar no sítio adequado» e não estarem «garantidos os requisitos técnicos», situação que poderia, inclusive, acarretar “riscos para os profissionais” que preparam e manuseiam a medicação, disse então à “Lusa” Ana Paula Harfouche, presidente do CA do CHO.

Na altura, a solução encontrada pelo CHO, que integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, foi reorganizar o circuito terapêutico para garantir a continuidade dos tratamentos, encaminhando os doentes para Torres Vedras, onde a medicação passou a ser preparada e administrada.

Um ano depois, o INFARMED acabou por determinar também a suspensão da preparação dos medicamentos na unidade de Torres Vedras, o que levou o CA a «de imediato desenvolver contactos com o intuito de encontrar uma solução» que passa «pela cedência de instalações por parte do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, para a preparação dos citotóxicos», refere um mail enviado à “Lusa”.

Em resposta às questões colocadas pela “Lusa”, o CHO esclareceu ainda que a preparação da medicação no Hospital de Santa Maria começou hoje «com toda a normalidade» e que a mesma «continua a ser administrada nas instalações do Hospital de Dia de Oncologia de Torres Vedras e no Hospital de Dia de Oncologia de Caldas da Rainha, pelo que não haverá quaisquer implicações clínicas para os doentes».

O conselho de administração não especificou quais as «não conformidades» apontadas pelo INFARMED à unidade de Torres Vedras, nem quais as intervenções necessárias para repor a preparação dos citotóxicos naquele hospital.

O Centro Hospitalar do Oeste (CHO) presta cuidados de saúde diferenciados, em regime de ambulatório e de internamento, abrangendo uma população direta de cerca de 295 mil habitantes dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.