27 de Abril de 2016 Os tratamentos de quimioterapia no Hospital das Caldas da Rainha foram suspensos na sequência de uma inspeção do INFARMED, mas a administração daquela unidade garantiu ontem que o serviço de oncologia não vai fechar. A inspeção da Autoridade Nacional do Medicamento incidiu sobre os serviços farmacêuticos, tendo «identificado não conformidades» no seu funcionamento e «impondo a suspensão imediata da administração de citotóxicos, conhecidos em termos gerais como quimioterapia», disse ontem à agência “Lusa” a presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), Ana Paula Harfouche. Em causa está, segundo a responsável, «o facto de a câmara de fluxos laminares não estar no sítio adequado» e de não estarem «garantidos os requisitos técnicos», situação que poderia, inclusive, acarretar «riscos para os profissionais» que preparam e manuseiam a medicação. O relatório da inspeção foi comunicado a 15 de abril (sexta-feira) à administração do CHO, que «suspendeu de imediato a preparação e administração de citotóxicos» no Hospital de Dia de Oncologia da Unidade das Caldas da Rainha e «reorganizou o circuito terapêutico para garantir a continuidade dos tratamentos» dos doentes afetados. Seis doentes estão, desde o dia 18 (segunda-feira), a ser encaminhados para o Hospital de Dia de Oncologia da Unidade de Torres Vedras, outra unidade do CHO, que assegura o transporte. «Estamos a tentar que a solução seja resolvida nas nossas unidades, numa solução de proximidade, mas se o número de doentes aumentar e esgotar a capacidade do Hospital de Torres Vedras teremos que articular com outros hospitais», admitiu Ana Paula Harfouche. Com exceção dos tratamentos com citotóxicos, o seguimento dos doentes oncológicos continua a ser feito na unidade das Caldas da Rainha. O centro hospitalar «está a estudar soluções», recusando, no entanto, avançar com uma data previsível para retomar a administração daqueles medicamentos, dado «os custos elevados» associados à resolução do problema. A suspensão dos tratamentos originou uma moção aprovada na última Assembleia Municipal (reunida a 19 de abril), com todos os eleitos a pedirem uma reunião urgente à administração do CHO. No documento, os eleitos afirmam ter recebido «com perplexidade» a notícia da «possibilidade de o serviço vir a encerrar». Ao invés, exigem «respostas prontas» à administração, para que «de imediato se iniciem as obras necessárias». À “Lusa”, a presidente do conselho de administração disse não ter recebido ainda qualquer pedido de reunião, mas adiantou que a delegação da Assembleia Municipal será recebida e a situação clarificada, apesar de «não se colocar a hipótese de encerramento do serviço». |