Inquérito: Mais de metade dos portugueses tem doenças crónicas 1518

Mais de metade dos portugueses tem pelo menos uma doença crónica, com maior incidência nas mulheres, nas pessoas com menos escolaridade e nos idosos, segundo dados do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF).

Num comunicado, a agência “Lusa” avança que de acordo com os dados do inquérito realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), divulgados no âmbito do Dia Mundial do Doente, assinalado hoje, 3,9 milhões de pessoas indicaram ter pelo menos uma doença crónica das citadas numa lista de 20 doenças. Hipertensão arterial, enfarte agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, disritmia cardíaca, diabetes, insuficiência renal crónica, cirrose, hepatite crónica, asma, doença pulmonar obstrutiva crónica, dor crónica, osteoporose, artrite reumatóide, artrose, cancro, depressão, ansiedade crónica, úlcera gástrica ou duodenal, colesterol elevado e alergia são as 20 doenças citadas na lista.
«Este inquérito teve como mais-valia o facto de conjugar informação colhida por entrevista direta ao indivíduo com dados de uma componente objetiva de exame físico e recolha de sangue», afirma o INSA.

Em resposta à questão “tem alguma doença ou problema de saúde que dure há mais de seis meses ou que se espere que venha a durar mais de seis meses”, mais de metade dos inquiridos (57,8%) responderam afirmativamente, avança a fonte. Quase 20% dos inquiridos confirmaram ter uma doença crónica, 17% apontaram duas e 10,4% referiram três patologias crónicas. A incidência de doença crónica foi mais frequente nas mulheres (62%) do que nos homens (53,1%), nas pessoas com menos escolaridade e no grupo etário dos 65-74 anos, referem os dados do INSA. Nos homens, as doenças crónicas mais frequentes foram a hipertensão (25,1%), o colesterol elevado (23,7%) e alergia (11,4%). Já no caso das mulheres, as mais apontadas foram hipertensão (26,1%), colesterol elevado (25,7%) e artrose (20,6%).

Promovido e coordenado pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Ricardo Jorge, o primeiro INSEF foi desenvolvido em 2015 para recolha de informação epidemiológica sobre o estado, determinantes e cuidados de saúde da população portuguesa. Tem como objetivo contribuir para a melhoria da saúde dos portugueses, apoiando atividades nacionais e regionais de monitorização do estado de saúde da população.

A população avaliada tinha idades compreendidas entre os 25 e os 74 anos, tendo contado com a participação de 4.911 pessoas, na sua maioria em idade ativa (84,3% com idade entre os 25 e os 64 anos), cerca de três quintos (63,4%) dos quais «sem escolaridade ou com escolaridade inferior ao ensino secundário» e 11,2% desempregados.