O presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa) defendeu esta quarta-feira a criação de uma rede informal de laboratórios para doenças como a tuberculose ou a Mpox.
Uma rede semelhante já existe para o diagnóstico da gripe e da covid-19.
Na 9.ª reunião de vigilância epidemiológica da gripe e de outros vírus respiratórios em Portugal, o presidente do Insa, Fernando Almeida, lançou um repto a todos os hospitais e a todos os laboratórios da rede para iniciar este processo.
“A minha proposta é de criação de uma rede informal de laboratórios do SNS, numa primeira fase”, aproveitando a organização que já existe para a gripe, para a covid-19 e outros vírus respiratórios.
Fernando Almeida disse que a ideia é partir do exemplo da rede portuguesa de laboratório de diagnóstico da infeção pelo vírus da gripe e outros vírus respiratórios, constituída por 50 laboratórios, e criar uma rede que permita “um reforço de reflexão conjunta em outras patologias como a Mpox, tuberculose, doenças transmitidas por vetores ou legionela”.
“Depois daquilo que herdámos devido à covid, e a articulação que houve muito forte com o Instituto Ricardo Jorge, é um desperdício nós todos perdermos isto”, disse, considerando que “o pior risco de uma pandemia é o esquecimento”.
Fernando Almeida avançou que, “dentro de alguns dias”, irá convidar formalmente os hospitais a refletirem sobre esta matéria, integrando a Direção-Geral da Saúde, as Forças Armadas e os laboratórios.
Destacou também a importância da promoção e formação de profissionais de laboratório de redes, de desenvolver o controlo de qualidade, assegurar a integração de informação laboratorial, a partilha de dados e os inquéritos serológicos.
“Penso que estão criadas todas as condições (…) para que possamos refletir sobre esta hipótese da criação de uma rede informal nacional de laboratórios do SNS”, rematou.