INSA – Prevalência de anomalias congénitas não diminuiu na Europa 566

INSA – Prevalência de anomalias congénitas não diminuiu na Europa

24 de Março de 2016

Um estudo que analisou ao longo de 20 anos os registos nacionais de anomalias congénitas em 19 países, entre os quais Portugal, concluiu que não existiu uma diminuição da prevalência de casos, apesar de existirem medidas preventivas.

O estudo, coordenado pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Ricardo Jorge, analisou os dados relativos a 12,5 milhões de nascimentos entre 1991 e 2011, tendo concluído que, durante este período, não se verificou uma diminuição na prevalência de defeitos do tubo neural, como a espinha bífida e a anencefalia.

«Apesar das recomendações que são feitas nos países europeus para que as mulheres tomem ácido fólico antes ou imediatamente após a conceção, este estudo não identificou um efeito preventivo dessas medidas», refere o Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA), num artigo publicado no seu site, citado pela “Lusa”.

Os autores do estudo defendem a fortificação dos alimentos com ácido fólico como uma medida a adotar, à semelhança de outros países como os Estados Unidos da América.

Os defeitos do tubo neural – grupo de anomalias congénitas constituído por anencefalia, espinha bífida e encefalocelo – têm uma frequência inferior a um caso por cada 2.000 nascimentos em Portugal.

Segundo o INSA, esta frequência pode ser reduzida através de medidas de prevenção primária, como seja a toma suplementar de ácido fólico antes da gravidez.

«A evidência científica tem demonstrado que o consumo de pelo menos 0,4 mg de ácido fólico, se iniciado antes da gravidez e durante o 1º trimestre, previne cerca de 70% dos defeitos do tubo neural», salienta.

As anomalias congénitas tornaram-se nas últimas décadas uma das principais causas de mortalidade e morbilidade no período infantil constituindo por isso um importante problema de saúde pública.

As conclusões do estudo “Long term trends in prevalence of neural tube defects in Europe: population based study” foram publicadas no “British Medical Journal”, uma das revistas biomédicas com maior fator de impacto a nível mundial.