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Instituto do Porto em projeto para melhorar diagnóstico e tratamento de doenças raras

 


16 de janeiro de 2018

O Instituto de Investigação e Inovação da Universidade do Porto (i3S) está a participar num projeto europeu que visa melhorar o diagnóstico e o tratamento de doenças raras, financiado pela Comissão Europeia em 15,5 milhões de euros.

«Os doentes que sofrem de doenças raras geralmente passam por um processo longo e difícil, às vezes durante dez ou quinze anos (também conhecido como odisseia da doença rara), antes de encontrarem um médico que conheça o seu problema de saúde», informou a Comissão Europeia num comunicado, citado pela “Lusa”.

Os avanços científicos podem ser também «lentos», acrescenta a nota informativa, pois é «difícil encontrar um número suficiente de pessoas com a mesma doença rara que permita investigações bem-sucedidas».

Liderado pela Universidade de Tübingen (Alemanha), pelo Radboud University Medical Center de Nijmegen (Holanda) e pela Universidade de Leicester (Reino Unido), o projeto SOLVE-RD envolve mais de 20 instituições, de nove países europeus, e a Jackson Laboratory Non-profit Corporation, dos Estados Unidos (EUA).

O objetivo é «resolver um grande número de doenças raras, para as quais ainda não é conhecida uma causa genética, e melhorar o diagnóstico de pacientes com estas patologias, através de uma rede de conhecimento», explicou Carla Oliveira, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup), pertencente ao i3S.

Pretende-se, assim, aumentar a capacidade de diagnóstico das doenças raras em cerca de 3 a 5%, ou seja, encontrar aproximadamente duas mil soluções de diagnóstico para as 19 mil «situações ainda não resolvidas», contou a cientista à “Lusa”.

Se todos os parceiros envolvidos no SOLVE-RD «combinarem os dados de doentes com doenças raras», a probabilidade de se encontrar um segundo ou terceiro doente com a mesma patologia «aumenta consideravelmente», avançou a Comissão Europeia.

«Usando conhecimento e diretrizes equivalentes, um doente na Roménia, por exemplo, receberá o mesmo diagnóstico e tratamento que um doente na Suécia ou em Espanha. As redes virtuais concentram todo o conhecimento existente e removem limites desnecessários», lê-se ainda no comunicado.

A equipa portuguesa a participar neste projeto é composta pelo grupo de investigação Expression Regulation in Cancer, do Ipatimup/i3S, foi financiado em 250 mil euros para estudar novas causas da síndroma raro de cancro gástrico difuso hereditário (HDGC).