O Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) e a Associação Portuguesa de Fenilcetonúria e Outras Doenças Hereditárias do Metabolismo das Proteínas (APOFEN) assinaram um protocolo para colaboração e «desenvolvimento de linhas de investigação científica conjuntas».
O acordo, a que a “Lusa” teve acesso, é anual e renovável por iguais períodos e foi celebrado esta tarde no simpósio “40 Anos do Programa Nacional de Rastreio Neonatal: passado, presente e futuro”, que decorre no Porto para assinalar as quatro décadas do rastreio universal de saúde pública, também conhecido como o “teste do pezinho”, direcionado a todos os recém-nascidos em Portugal. A taxa de cobertura no nosso país está próxima dos 100%, avança a fonte.
O protocolo subentende que as duas instituições se comprometem a trocar informação pertinente sobre as «respetivas atividades e que permita a partilha recíproca do conhecimento», além de acordarem «condições para o desenvolvimento de linhas de investigação conjuntas nas respetivas áreas de interesse». As duas entidades devem ainda «fomentar a cooperação institucional» com o intuito de «desenvolvimento de ações conjuntas, nomeadamente divulgação de atividades, congressos, seminários e colóquios».
Um dos princípios do INSA é «promover e desenvolver a atividade de investigação científica orientada para a saúde pública, promover a capacitação de investigadores e técnicos e realizar ações de divulgação da cultura científica», avança o acordo.
Fernando de Almeida, presidente do INSA, relevou a importância de «promover a investigação» para maximizar a eficácia do rastreio, recordando que, em 2004, o «teste do pezinho» passou a conseguir identificar 13 doenças, nomeadamente a fibrose quística.
Durante o seminário, Laura Vilarinho, responsável da Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética do INSA lembrou que «faz hoje 40 anos» que aquele instituto recebeu «o primeiro cartão de recolha de sangue para rastreio de fenilcetonúria».
Constantina Silva, presente em representação da ministra da Saúde, destacou o «exemplo» de «sucesso» do programa, nomeadamente devido à «taxa de adesão de quase 100 por cento», elogiando a «resiliência» de todos os profissionais envolvidos.
De acordo com dados do INSA, mais de 3,8 milhões de crianças foram rastreadas em 40 anos do teste do pezinho, tendo sido detetados 2.132 crianças com doenças raras que puderam iniciar rapidamente o tratamento.
Desde o arranque do programa e até ao final de 2018, foram rastreadas 3.803.068 crianças e identificados 2.132 casos, 779 dos quais de doenças metabólicas, 1.304 de hipotireoidismo congénito e 49 de fibrose quística, de acordo com o INSA.