Institutos de oncologia reforçam proximidade com médicos de família 348

Institutos de oncologia reforçam proximidade com médicos de família

06 de Maio de 2015

O grupo hospitalar Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil organiza na sexta-feira, no Porto, Coimbra e Lisboa, encontros destinados a «reforçar a proximidade com médicos de família e enfermeiros» na prevenção do cancro digestivo.

Em declarações à “Lusa”, o diretor do Serviço de Gastrenterologia do IPO/Porto, que promove a iniciativa, afirmou que o objetivo é «tornar mais personalizados e alargados os canais de comunicação para a referenciação de doentes» nos três centros.

«Achamos que, se do outro lado houver rostos, se encurtam distâncias, se facilita a comunicação e se proporciona uma melhor referenciação», sublinhou Mário Dinis Ribeiro, referindo que esta é a primeira vez que os três IPO se juntam para uma iniciativa nesta área.

Sendo o cancro digestivo dos «principais problemas de saúde pública» esta é «uma ação fundamental que a longo prazo terá com certeza efeitos positivos na prevenção e diagnóstico nesta área junto da comunidade», explicou.

«Significa investir um bocadinho no futuro porque grande parte do público são jovens médicos e, portanto, a ideia é que eles conheçam os rostos do outro lado e possam contactá-los sempre que necessário através de um telefonema ou através de um e-mail e vice-versa», frisou.

A meta é trabalhar melhor a prevenção e diagnóstico precoce no âmbito do cancro digestivo em particular do estômago e do intestino.

«Como cidadãos gostaríamos de encontrar a cura para todos doentes com cancro mas, não sendo possível, podemos ter um objetivo mais terreno que é aumentar a sobrevivência das pessoas que padecem. Uma das formas de aumentar a sobrevivência é diagnosticar precocemente e uma das formas de diagnosticar precocemente é estar a atento a coisas que são simples, como a idade, fatores de risco ou história familiar. E ninguém melhor do que a medicina familiar para ter esses dados antes mesmo de se hospitalizar», salientou.

Portanto, frisou o especialista, «em algumas circunstâncias, perante alguns fatores de risco, que pode ser por exemplo a idade, se as pessoas forem submetidas a esquemas de rastreio a tendência é para que as lesões sejam detetadas precocemente e que de cancro digestivo aquele indivíduo não faleça».

Atualmente, existe a indicação da Direção-Geral da Saúde para que indivíduos com mais de 50 anos façam o rastreio através da pesquisa de sangue oculto nas fezes, seguido do exame de diagnóstico se for positivo, mas «não há uma organização deste processo, nem uma centralização dos dados», lamentou Mário Dinis Ribeiro.

«Existem indicações, recomendações, mas continua a ser algo muito individual, muito na dependência do médico assistente», frisou.

Durante o curso serão exploradas as temáticas da prevenção e diagnóstico precoce e respondidas todas as questões relativamente a casos clínicos concretos que os médicos e enfermeiros irão apresentar.