Nos últimos seis anos, Portugal perdeu 150 farmácias, três quartos das quais no interior do país, enquanto ganhou 200, concentradas no litoral. Apesar do balanço ser positivo não é uniforme, avançou a ANF na apresentação da petição “Salvar as Farmácias na Assembleia da República” (ver notícia).
O “Jornal de Notícias” avança os dados e informa que existem 680 unidades insolventes ou sob penhora – mais de um quinto do total do país -, concentrando-se a grande parte das que estão em risco nas zonas mais isoladas. Portalegre lidera com quase 35% das suas farmácias em risco, seguindo-se Santarém (30,6%) e Guarda (30,5%).
«Por muito importante que a minha farmácia seja para mim e para os meus clientes aqui em Lisboa, é muito menos importante o seu encerramento do que o de uma farmácia que feche em outras zonas do país», diz Paulo Cleto Duarte, presidente da ANF, rematando que «Não podemos tratar de forma igual o que é diferente».
A ANF encara a farmácia como última fronteira de serviços nas zonas mais despovoada: «Muitas destas localidades que vivem praticamente isoladas de tudo e quem as liga, não apenas ao sistema de saúde mas também a outras coisas, é a farmácia. Quando perderem a farmácia vão ficar totalmente isoladas».
As farmácias passaram a prestar mais serviços, tais como a vacinação da gripe, vigilância da diabetes ou troca de seringas – que segundo a ANF representarão até 1% da faturação global. Também o negócio de produtos de venda livre cresceu. No entanto, a ANF esclarece que estas novas atividades têm tido poucos resultados no equilíbrio das receitas nas zonas mais envelhecidas.