Investigador de Coimbra distinguido para estudar doença Machado-Joseph 13 de Fevereiro de 2015 O investigador Clévio Nóbrega, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) foi distinguido com 80 mil euros pela Associação Francesa contra Miopatias para estudar a doença de Machado-Joseph. O projeto financiado pela Associação Francesa contra Miopatias (AFM) propõe investigar «o papel e relevância da proteína ataxina-2 nesta doença neurodegenerativa», revelou a UC, numa nota divulgada hoje e citada pela “Lusa”. A doença de Machado-Joseph (DMJ) que é hereditária e não tem cura, é caracterizada pela «descoordenação motora, atrofia muscular e rigidez dos membros» e provoca «dificuldades na deglutição, fala e visão». Nesta como em «quase todas as patologias neurodegenerativas, os mecanismos moleculares que conduzem à doença são complexos e variados», sublinhou o investigador da UC agora distinguido. «O nosso projeto coloca a hipótese de que a proteína ataxina-2, que apresenta uma função celular importante, se encontra reduzida na DMJ e especulamos que a reposição dos níveis desta proteína possa alterar a progressão da doença e até contribuir para uma melhoria da mesma», explicou Clévio Nóbrega. Com este projeto, que deverá ser desenvolvido nos próximos dois anos, «pretende-se validar um novo alvo molecular (ataxina-2) que possa, no futuro, contribuir para o desenvolvimento de terapias eficazes para a DMJ e doenças neurodegenerativas», acrescentou o investigador do CNC. O estudo vai desenvolver-se no grupo de investigação liderado por Luís Pereira de Almeida, do CNC da UC, que, por sua vez, está inserido no Grupo de Vetores e Terapia Génica. A AFM, que é uma «associação francesa focada em doenças neuromusculares, composta por profissionais, voluntários, doentes e seus familiares», avalia e atribui financiamentos a «programas de investigação internacionais com qualidade». |