Investigadora da UC estuda novas formas de combate à retinopatia diabética 02 de Setembro de 2015 A investigadora Raquel Santiago, da Universidade de Coimbra (UC), foi contemplada com uma bolsa da Bayer HealthCare para estudar novas estratégias de combate à retinopatia diabética, uma das principais causas de cegueira a nível mundial.
Segundo a UC, Raquel Santiago vai receber uma bolsa do “Global Ophthalmology Awards Program” (GOAP), no valor de 50 mil dólares (44 mil euros), para desenvolver o estudo “Gerir a inflamação na retinopatia diabética por bloqueio do recetor A2A de adenosina”.
«Estudos anteriores desenvolvidos pela equipa da investigadora demonstraram que o bloqueio deste recetor previne a ativação das células da microglia (células do sistema imunitário) e a morte de células da retina», refere a instituição, num comunicado, citado pela “Lusa”.
Raquel Santiago, citada na nota, explica que «em situações normais, as células da microglia estão constantemente a vigiar o microambiente que as rodeia, tendo um papel muito importante na homeostasia do sistema nervoso central, mas na diabetes as suas funções estão modificadas, promovendo a resposta inflamatória que pode contribuir para a morte celular na retina».
Segundo a investigadora, o seu estudo pretende verificar se ao bloquear o recetor A2A de adenosina é possível travar a morte das células da retina e, desta forma, a progressão da doença.
A equipa de Raquel Santiago prepara-se para iniciar um conjunto de experiências em modelos animais de diabetes, que serão tratados com um bloqueador de recetores A2A de adenosina, para estudar como reage a retina e se as células da microglia ficam menos reativas.
De acordo com o comunicado da UC, estima-se que, após 20 anos com diabetes, cerca de 90 por cento dos doentes com diabetes tipo 1 e mais de 60 por cento dos doentes com diabetes tipo 2 sofrem de retinopatia diabética.
«Se for possível encontrar uma terapêutica que permita o tratamento numa fase mais inicial, o impacto na qualidade de vida do doente com retinopatia diabética será muito elevado», salienta Raquel Santiago, considerando que «os atuais tratamentos são dirigidos às fases avançadas da patologia, extremamente invasivos e pouco eficazes».
A investigadora do Instituto de Imagem Biomédica e Ciências da Vida (IBILI) da Faculdade de Medicina da UC recebe o prémio no dia 19, em Nice (França), durante o EURETINA – Congresso Europeu das doenças da retina. |