O Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho está a desenvolver um projeto de investigação, para encontrar novos tratamentos para a malária.
De acordo com um comunicado divulgado pela Universidade do Minho (UMinho), esta investigação está a cargo de Isabel Veiga, investigadora do ICVS, que tem como objetivo “poder contribuir para a redução do número de casos de morte por malária, em todo o mundo”.
Esta investigação “com enfase na espécie mais mortífera Plasmodium falciparum, vai desde a descoberta e validação de fatores moleculares que levam à falência terapêutica, desenvolvimento de novos fármacos e, até mesmo, ao desenvolvimento de dispositivos diagnósticos para a doença”, explica a Universidade.
Em comunicado, a investigadora explica que “é importante realçar que os números têm vindo a diminuir desde as últimas duas décadas, com mais de um milhão de mortes reportadas no ano 2000. Este decréscimo, muito encorajador, deveu-se, entre outras medidas, ao uso da combinação terapêutica baseada na substância artemisinina. No entanto, é também de salientar que a presente realidade de resistência, reportada em 2008, à composição atualmente utilizada, pode estar a refletir-se no número de casos que temos atualmente, e que tem vindo a manter-se, desde 2015”.
A investigadora, que está a trabalhar em malária nos últimos 16 anos, refere ainda que “apesar de, atualmente, se tratar de uma doença de países tropicais e subtropicais, a malária é de declaração obrigatória no nosso país. Portugal regista uma média de 200 casos importados por ano, maioritariamente em portugueses que estiveram em trabalho nos PALOP”.
“A malária torna-se assim uma doença com relevância de estudo para o nosso país. Em colaboração com alguns hospitais do Norte, tenho vindo a desenvolver um estudo de marcadores moleculares de resistência dos casos importados”, avança Isabel Veiga.
A malária é uma doença provocada por protozoários do género Plasmodium, um parasita que é transmitido através da picada do mosquito (género Anopheles). Uma vez no ser humano, os parasitas multiplicam-se no fígado, e posteriormente infetam os glóbulos vermelhos do sangue.
Esta é uma doença que só em 2018 atingiu 228 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais 405 mil acabaram por morrer, segundo dados da Organização Mundial de Saúde.