Inês Lorga, estudante do Programa Doutoral MCBiology da Universidade do Porto (UP), foi recentemente distinguida com um Bright Sparks Award, destinado aos 24 melhores trabalhos apresentados por jovens cientistas – entre mais de 2.000 submetidos – no Congresso Europeu de Imunologia, organizado pela Federação Europeia das Sociedades de Imunologia (EFIS), e que decorreu em Dublin no início de setembro.
Fazendo parte do grupo Immunobiology, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), a estudante, sob orientação da investigadora Elva Bonifácio Andrade, descobriu o “mecanismo através do qual a infeção neonatal provocada pelo GBS danifica o cérebro e as suas barreiras protetoras, levando a alterações comportamentais que ficam para a vida, recorrendo a um modelo de murganho que mimetiza a patofiosologia da meningite neonatal causada pela bactéria Streptococcus do Grupo B (GBS)”, refere a UP, no seu portal.
“Esta bactéria faz parte da flora bacteriana normal do intestino e da vagina de mais da metade dos adultos sem causar problemas, no entanto, em certas condições, o GBS pode causar infeções graves. Isso é especialmente perigoso para recém-nascidos, bem como para algumas mulheres no pós-parto e pessoas com um sistema imunológico enfraquecido”, explica Inês Lorga, citada pelo portal da UP, revelando que “cerca de 25 por cento das mulheres grávidas saudáveis têm o GBS na vagina ou no reto, o que significa que a colonização materna (quando a bactéria está presente na mãe) é o principal fator de risco para que o GBS seja transmitido ao bebé, podendo levar ao desenvolvimento de doença nos recém-nascidos, incluindo a meningite”.
Apesar do tratamento profilático com antibióticos, “estima-se que 10 a 15 por cento dos bebés morram e que cerca de metade dos que sobrevivem à infeção apresentem sequelas neurológicas complexas, o que indica que os processos que levam a danos cerebrais ainda não são totalmente compreendidos. É, por isso, fundamental desenvolver novas abordagens terapêuticas e neuroprotetoras para proteger o cérebro em desenvolvimento”, alerta a investigadora.