Investigadores avaliam melhoria da capacidade de memória no envelhecimento 10 de Novembro de 2015 Uma equipa de vinte investigadores da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (UC) está a desenvolver um estudo para avaliar a melhoria da capacidade de memória no envelhecimento. Depois de ter testado um programa em pessoas idosas com diagnóstico de doença de Alzheimer (fase inicial), a equipa de investigadores, coordenada por Mário R. Simões e Jorge Almeida, pretende agora aplicar um programa idêntico em idosos saudáveis. O projeto Memória + tem «o objetivo de verificar a sua eficácia na prevenção do declínio da memória, típico do envelhecimento normal», afirma a UC, numa nota, citada pela “Lusa”. Em projetos anteriores, os investigadores do Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) daquela faculdade «desenvolveram de raiz um programa de treino cognitivo e aplicaram-no em pessoas idosas com diagnóstico de doença de Alzheimer» ainda numa fase inicial. Então, o programa, constituído por «exercícios de treino das capacidades mnésicas baseados em técnicas já testadas quanto à sua eficácia (aprendizagem sem erros, recuperação espaçada, eliminação de pistas, etc.)», evidenciou ser «bastante eficaz», refere a UC. O programa de estimulação de memória desenvolvido no âmbito da pesquisa consiste «num conjunto de tarefas com diferentes níveis de dificuldade, entre as quais associação de faces e nomes, aprendizagem e evocação de listas de palavras» ou «visualização de cenários visuais complexos», como listas de compras ou paisagens, exemplificam Ana Rita Martins e Lénia Amaral, investigadoras envolvidas no projeto. O plano, que inclui ainda «a estimulação neuronal (estimulação direta do cérebro)», fornece estratégias que «possam melhorar a capacidade mnésica dos idosos, ou seja, apresenta uma abordagem eficaz para prevenir o declínio da memória, uma das principais capacidades cognitivas que diminui com o envelhecimento», adiantam as investigadoras do CINEICC. «O objetivo é treinar a capacidade de memória de forma a melhorar o desempenho diário dos participantes e prevenir o declínio, promovendo um envelhecimento saudável», sintetizam. Para desenvolverem o projeto, que é financiado pelas fundações Bial e para a Ciência e Tecnologia (FCT), os investigadores solicitam a colaboração de «pessoas com 60 ou mais anos, independentes, para participarem no programa composto por 15 sessões presenciais», que vão decorrer na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UC, junto da qual, através da internet ou por telefone, os voluntários se podem inscrever. |