Investigadores do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) estão a desenvolver biossensores descartáveis que, através da identificação de potenciais biomarcadores associados ao Alzheimer, visam detetar precocemente a doença.
O projeto, lançado em 2019 e que termina em 2022, está a ser desenvolvido no âmbito do programa transfronteiriço INTERREG e tem como intuito desenvolver técnicas de diagnostico e tratamento para doenças neurológicas associadas ao envelhecimento.
É liderado pelo ISEP, e tem como parceiros a Universidade de Santiago de Compostela, a Universidade de Vigo, a Universidade de Valladolid, a Fundacíon Centro de Cirugía de Mínima Invasión Jesus Usón, a Qubiotech Health Intelligence SL, o Lincbiotech, SL, a Universidade do Minho, a Universidade de Coimbra e a Fundación Instituto de Investigación Sanitaria de Santiago de Compostela.
Os investigadores pretendem que estes biossensores descartáveis para a doença de Alzheimer em que estão a trabalhar sejam um dispositivo semelhante ao da glicose.
De acordo com Felismina Moreira do BioMark, um grupo de investigação do ISEP, “a novidade deste trabalho é desenvolver uma tecnologia barata, minimamente invasiva [através de uma picada] e com rápida resposta. Trata-se de uma solução inovadora porque, neste momento, não existe nenhum dispositivo deste género no contexto clínico”, afirmou à Lusa.
O dispositivo, cuja interface está a ser desenvolvido com base em nanomateriais, permitirá detetar potenciais biomarcadores associados à doença e, assim, auxiliar os médicos a “detetar precocemente e atuar no sentido de prescrição de terapias, evitando a progressão rápida da doença”, explicou a investigadora.
Felismina Moreira explicou ainda que “a grande vantagem é que o clínico poderá utilizar no local e na hora. É um dispositivo fácil de usar e barato, com um custo de produção de cerca de um euro”, concluiu.