Investigadores da Universidade de Aveiro descobrem bactéria em mina abandonada 30 de Março de 2016 Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) identificou uma “super” bactéria (NL19) que sobrevive em ambientes extremos e produz antibacterianos que podem vir a ser usados na medicina, anunciou ontem a instituição. A “super” bactéria foi identificada na antiga mina de urânio da Quinta do Bispo, em Viseu, e isolada a partir de lamas com elevadas concentrações de metais radioativos. De acordo com a informação avançada pela Universidade de Aveiro, está já em curso o estudo de como a bactéria pode ser aproveitada na produção de compostos bioativos, admitindo-se que os antibacterianos que a NL19 produz possam vir a ser usados na medicina, na veterinária e na indústria alimentar. Os ambientes extremos têm-se revelado promissores como fontes para a descoberta de microrganismos com potencial biotecnológico, o que levou a equipa de investigação às minas de urânio já desativadas da Quinta do Bispo, onde muitos resíduos apresentam elevadas concentrações de metais e radionuclídeos da série do urânio. Batizada pela equipa do Laboratório de Biotecnologia Molecular (LBM) do Departamento de Biologia com o nome científico Pedobacter portucalensis, uma nova espécie do género Pedobacter, a descoberta da NL19 veio cumprir um dos objetivos do grupo: estudo e descoberta de microrganismos capazes de ajudar a Ciência na produção de novos antibacterianos. «Esta estirpe produz antibacterianos contra uma gama de bactérias importantes não só na medicina, mas também na indústria de alimentos, na aquacultura e na agropecuária», refere Sónia Mendo, coordenadora do LBM, citada pela “Lusa”. Para além da caracterização dos antibacterianos produzidos por esta nova bactéria está também em curso a avaliação do importante potencial biotecnológico que o microrganismo apresenta como produtora de antifúngicos, antivíricos e anticancerígenos, entre outros compostos bioativos. O trabalho está a ser desenvolvido pela estudante de doutoramento Cláudia Covas e conta com a colaboração da investigadora em pós-doutoramento Tânia Caetano e de Pedro Domingues, investigador do Departamento de Química da UA. |