Investigadores desenvolvem cremes «inovadores» para tratar queimaduras e psoríase
02 de setembro de 2014
Um grupo de investigadores das universidades do Minho e do Porto desenvolveu dermocosméticos «inovadores» que «ajudam» no tratamento de queimaduras, feridas profundas e psoríase, atuando «em algumas horas».
O resultado da aplicação destes cremes, desenvolvidos pelo Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB) da UMinho em parceria com a empresa portuguesa M&MBiotechnology, Lda, e com a Escola Superior de Tecnologia de Saúde do Porto, será apresentado hoje, em Guimarães, no âmbito do 62.º Congresso Internacional e Encontro Anual da Sociedade de Plantas Medicinais e Investigação em Produtos Naturais (GA2014), que decorre no campus de Azurém da Universidade do Minho (UMinho).
«São dermocosméticos com funcionalidade hidratante e coadjuvantes para o tratamento de queimaduras, psoríase e feridas recalcitrantes (profundas e de difícil cura), que atuam em algumas horas ou em alguns meses, consoante a gravidade dos casos», explicou Alberto Dias, coordenador do polo CITAB da UMinho.
No congresso, indica um comunicado da UMinho, vão também ser divulgados mais de 800 trabalhos científicos, alguns dos quais poderão vir a dar origem a novos fármacos para o tratamento de algumas das doenças com as maiores taxas de mortalidade em Portugal e no mundo.
«O consumo de plantas aromáticas e medicinais pode auxiliar no combate e na prevenção de várias patologias, em particular doenças cardiovasculares, cancro, diabetes, inflamações, doenças do foro neurológico e infeções fúngicas e bacterianas», salientou Alberto Dias.
De acordo com este especialista, há já várias plantas medicinais e aromáticas, «desde as mais comuns, como os orégãos, os coentros, a salsa, o caril e outras não comestíveis, que são incluídas em medicamentos convencionais. Um dos exemplos mais notórios é o taxol, que é utilizado no combate ao cancro da mama».
Alberto Dias aponta ainda o papel da nanotecnologia e dos «chamados alimentos funcionais e nutracêuticos» no tratamento de moléstias.
«A nanotecnologia permite direcionar o tratamento para o foco do problema, o que se revela particularmente importante quando existem compostos que são tóxicos se administrados aos pacientes pelas vias convencionais», disse, citado pela “Lusa”.
Quanto aos alimentos funcionais e nutracêuticos, «além dos nutrientes que fornecem, atuam como preventivos de algumas doenças», aponta o investigador do CITAB, que refere como exemplo «o iogurte que reduz o colesterol».
O evento conta ainda com um workshop que «atesta benefícios da utilização de cannabis em medicamentos» versando-se «na produção de cannabis para fins medicinais e sobre as utilizações fitoterapêuticas da planta».
O 62.º Congresso Internacional e Encontro Anual da Sociedade de Plantas Medicinais e Investigação em Produtos Naturais (GA2014) decorre até 4 de setembro e, segundo a UMInho, são esperados mais de 170 cientistas.