Investigadores do Porto desenvolvem projeto de diagnóstico precoce do cancro 528

Investigadores do Porto desenvolvem projeto de diagnóstico precoce do cancro

22 de Maio de 2015

Um grupo de investigadores do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) que lidera um projeto com o objetivo de diagnóstico precoce do cancro recebeu um financiamento europeu de cerca de 3,4 milhões de euros.

Segundo o ISEP, trata-se de um projeto europeu em consórcio liderado pelo grupo de investigação BioMark Sensor Research, unidade de investigação do instituto, que integra várias instituições nacionais e europeias.

O objetivo do Symbiotic, assim se designa o projeto, é o desenvolvimento de biossensores inovadores para o diagnóstico precoce da doença oncológica.

O consórcio propõe «uma integração inovadora entre biossensores elétricos, anticorpos plásticos e células de combustível que combina as vantagens da investigação na área da engenharia, nanotecnologia e bioquímica, num único dispositivo integrado e de baixo custo».

Segundo a coordenadora do projeto, a docente do ISEP Lúcia Brandão, «a deteção precoce do cancro pode prevenir a sua evolução para estágios mais avançados, em cerca de 40% dos casos, tendo um grande impacto na prestação de cuidados de saúde e na sociedade», citou a “Lusa”.

A coordenadora do Biomark Sensor Research e também docente do ISEP, Goreti Sales acrescenta que «a deteção da doença no contexto clínico e a monitorização da sua evolução face à terapêutica são também aspetos abordados no projeto. Adicionalmente, o projeto propõe uma abordagem altamente inovadora com um possível grande impacto nas tecnologias de ‘point-of-care’ e de avaliação de risco personalizado».

As docentes são também investigadoras do Center for Health Technology and Services Research da Universidade do Porto (CINTESIS).

O Symbiotic propõe «o desenvolvimento de biossensores elétricos autónomos que abrirão novas possibilidades na análise biomédica, nomeadamente no campo dos biossensores aplicados à medicina».

O projeto contempla medidas de exploração dos resultados que envolvem, por exemplo, a elaboração de um plano de negócios e o desenvolvimento de um protótipo comercial, dois anos após a conclusão do projeto.

O consórcio pretende ainda promover a formação de jovens investigadores e fortalecer a colaboração entre instituições europeias, através da troca de experiências e de conhecimentos.

Os parceiros deste consórcio são a Universidade de Aarhus/iNano, que é especializada em interfaces nano-biológicas, o Instituto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa/CENIMAT, especialista em nanofabricação, o Imperial College of London e o Centro Tecnológico de Investigação Finlandês (VTT), que desenvolvem células de combustível de baixo custo.

O projeto obteve um financiamento europeu de cerca 3,4 milhões de euros no concurso Pilar I do programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia.