Investigadores portugueses usam nanocápsulas que reduzem efeito de quimioterapia 1459

Uma equipa de investigadores da Universidade do Minho, em Braga, está a desenvolver uma nanocápsula com nanopartículas magnéticas que permitirão o transporte de fármacos até ao local onde está o tumor, diminuindo os efeitos secundários da quimioterapia, ao direcionar-se ao local do tumor.

Na notícia do “Jornal de Notícias” é explicado que o projeto, de nome “NbiOn”, se diferencia de outras soluções semelhantes, por ser composto por nanocápsulas que têm um efeito terapêutico – a hipertermia – que destrói as células cancerígenas. Através de estímulo magnético, as partículas vão sobreaquecer e, por um lado libertar o fármaco, e por outro, ter um efeito terapêutico que consiste na destruição de células tumorais através de temperaturas elevadas.

Daniela Pereira, a investigadora que apresentou o projeto no Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), em Braga, na sequência de um debate sobre a tecnologia no combate ao cancro explica: «Como as células do tumor são mais sensíveis ao elemento da temperatura do que as células normais, vamos ter uma ação terapêutica. A hipertermia é também um fator que permite o aumento de oxigenação dos tecidos do tumor, que vai beneficiar o efeito da quimioterapia». Ainda reforça que, se grande parte do problema da quimioterapia se prende com os efeitos secundários, este desenvolvimento permite «direcionar tudo à zona do tumor e ter uma ação terapêutica nas células tumorais». A investigadora, mestre em Biofísica e Nanossistemas, diz que a solução tecnológica ainda pode demorar alguns anos para estar concluída, estando na fase do plano pré-clínico que antecede a fase dos testes.

Cristina Fonseca, da Liga Portuguesa Contra o Cancro, alerta à fonte sobre a necessidade de «haver mais financiamento nesta área», lamentando que vários projetos de investigação fiquem «pela experiência».
O oncologista do IPO do Porto, Joaquim Abreu de Sousa, expressa que esta investigação faz parte «de um novo mundo» e que «a nanotecnologia vai ter um papel preponderante, seja ao nível do diagnóstico, seja ao nível das terapêuticas menos invasivas e mais inteligentes».