Uma equipa internacional de investigadores comprovou a eficácia na redução de casos de infeção e também de mortes por malária resultante da combinação de uma das vacinas que está em testes e um medicamento usado contra a doença.
Os investigadores, que publicaram os resultados do seu trabalho na mais recente edição da revista The Lancet Infectious Diseases, concluíram que há uma redução de dois terços nos casos de malária, incluindo os casos mais graves, e no número de mortes, quando a vacina e o medicamento são combinados.
O trabalho realizado nos últimos cinco anos levou ao acompanhamento de mais de 5.000 crianças e à verificação de que a eficácia de uma vacina (RTS,S/AS01E) e de um dos medicamentos contra a malária sazonal (RTS,S) se mantém durante este período e é muito superior à conseguida quando os dois são utilizados separadamente.
O estudo foi coordenado pela London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM) em colaboração com vários centros de investigação no Burkina Faso, Mali e Estados Unidos.
As novas descobertas confirmaram o potencial da vacinação sazonal para proporcionar um elevado nível de proteção em crianças até aos 5 anos de idade, período em que esta proteção é mais necessária.
Os pesquisadores salientaram que, além dessa combinação (vacina e medicamentos antimaláricos sazonais), as crianças que participaram no estudo também usaram mosquiteiros, e portanto a proteção foi ainda maior, e enfatizaram a importância de garantir o acesso a múltiplas ferramentas de prevenção para reduzir a carga de doenças e mortes por malária.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) referiu, na divulgação dos mais recentes dados anuais sobre a malária, que esta doença é “um importante desafio para a saúde pública e o desenvolvimento” sobretudo em África, que “suporta o fardo mais pesado”, cita a Lusa.
A região teve 95% dos casos (234 milhões) e 96% das mortes (593.000) registadas a nível mundial em 2021, e 78,9% das mortes foram em crianças com menos de cinco anos.
Em todo o mundo houve 619.000 mortes por malária registadas em 2021, segundo a OMS.