O consórcio ‘Novos medicamentos que modulam as modificações da tubulina para melhorar o tratamento com Taxol no cancro da mama’, liderado por Sónia Silva, investigadora do grupo ‘Chromosome Instability & Dynamics’ do i3S, e que integra ainda o investigador Helder Maiato, também do i3S, e Fernanda Borges, docente e investigadora da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) é um dos projetos financiados pelo novo programa CaixaImpulse Inovação em Saúde, da Fundação ‘la Caixa’ em parceria com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e colaboração do BPI.
O projeto de Sónia Silva centra-se, segundo explicado no portal da Universidade do Porto (UP) “nos microtúbulos, estruturas poliméricas que desempenham um papel crucial nos processos celulares e que estão frequentemente desregulados nas células tumorais, o que os torna um alvo muito eficaz para os tratamentos oncológicos”.
De acordo com referido pela investigadora do i3S, no portal da UP, “os medicamentos que têm como alvo estas estruturas, como o Taxol, alteram a sua função normal, impedindo a divisão e a proliferação das células tumorais, sendo, por isso, eficazes nos tratamentos de quimioterapia. No entanto, estes medicamentos estão associados a efeitos secundários graves e os tumores desenvolvem frequentemente resistência a este tipo de fármacos, conduzindo a metástases, que continuam a ser a principal causa de mortalidade dos doentes”.
A equipa que vai desenvolver este projeto descobriu recentemente uma relação causal entre modificações específicas das tubulinas, os blocos de construção dos microtúbulos, e o grau de sensibilidade das células tumorais ao Taxol. Daí que o projeto agora vencedor do financiamento, como explica Sónia Silva, “visa identificar novos compostos que possam alterar uma modificação crítica sofrida pelas tubulinas, aumentando assim a sua sensibilidade à quimioterapia à base de Taxol”.
O objetivo final, enfatiza a investigadora, “é desenvolver novas estratégias de tratamento personalizadas e mais eficazes para tratar o cancro da mama, reduzindo simultaneamente os efeitos secundários do Taxol”.