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Investigadores testam resistência a medicamentos em doentes com tipo raro de cancro

 


30 de junho de 2017

Um grupo de investigadores do Porto recebeu uma bolsa de 15 mil euros para encontrar biomarcadores que indiquem a resistência a determinados medicamentos por parte de doentes com mieloma múltiplo, um tipo raro de cancro que tem origem nas células plasmáticas.

O mieloma múltiplo é uma doença sem cura, originada por um crescimento anormal de uma proteína criada pelas células plasmáticas (plasmócitos), e que se manifesta, geralmente, ao atingir órgãos como os rins, os ossos e a medula óssea, explicou à “Lusa” o médico Rui Bergantim, do serviço de hematologia clínica do Hospital São João, do Porto.

As opções atuais de tratamento para o mieloma múltiplo são escolhidas de acordo com as comorbilidades dos pacientes (doenças que se desenvolvem ao mesmo tempo que outras já presentes no organismo), a idade e a possibilidade de transplante de medula óssea.

De acordo com Rui Bergantim, e segundo dados publicados pelo Globocan (plataforma que fornece estimativas sobre a incidência, a mortalidade e a prevalência dos principais tipos de cancro em 184 países), relativos ao ano 2012, estima-se que, em Portugal, surjam 513 novos casos de mieloma múltiplo por ano.

O objetivo do projeto distinguido é, segundo o especialista, identificar a resistência e a sensibilidade dos doentes antes que estes iniciem o tratamento, através de uma análise sanguínea, de forma a evitar a toma de medicação desnecessária, aumentar a eficácia terapêutica e diminuir os gastos do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Este prémio é a primeira bolsa atribuída para Investigação em Mieloma Múltiplo, uma iniciativa da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), da Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH) e da Amgen Biofarmacêutica.