Investimento no SNS permitiu um retorno de 7,5 mil milhões de euros para a economia 788

Foi esta terça-feira, dia 3 de maio, apresentado o estudo “Índice de Saúde Sustentável”, durante a 10ª Conferência Sustentabilidade, realizada no Centro Cultural de Belém.

Este estudo, desenvolvido pela NOVA Information Management School (NOVA-IMS) da Universidade Nova de Lisboa, concluiu que em plena pandemia, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) permitiu um retorno de 7,5 mil milhões de euros para a economia nacional através do seu impacto positivo no absentismo laboral e na produtividade.

Os dados mostram que a maioria dos portugueses (52%) faltou pelo menos um dia ao trabalho devido a questões relacionadas com saúde.

Contudo, a prestação de cuidados de saúde através do SNS evitou a ausência laboral de 2,8 dias, o que se traduziu numa poupança de mil milhões de euros. Permitiu, ainda, evitar 9,9 dias de trabalho perdidos em produtividade, resultando numa poupança de 3,9 mil milhões de euros.

No total, o SNS permitiu uma poupança global de 5 mil milhões de euros (impacto por via dos salários), um aumento de 500 milhões face a 2020.

Considerando o impacto dessa poupança por via dos salários e a relação entre a produtividade/remuneração do trabalho, é possível determinar que os cuidados concedidos pelo SNS permitiram um retorno para a economia que ronda os 7,5 mil milhões de euros.

Já o Índice de Sustentabilidade subiu de 87,9 para os 92,5 pontos, devido ao aumento da atividade (13%), que foi superior ao aumento da despesa (8%) e levou a um respetivo aumento da produtividade.

Pela primeira vez, o estudo analisou a perspetiva dos cidadãos em relação ao futuro e inovação em Saúde. A maioria dos portugueses considera importante melhorar o acesso a meios de diagnóstico (97%), à medicina personalizada (96%) e aos medicamentos inovadores (95%). Já a telemedicina é considerada uma área de investimento importante, mas apenas por 77% dos inquiridos.

O estudo revela ainda que perto de dois terços dos portugueses (62%) acederam a cuidados de saúde como forma de prevenção e não por se sentirem necessariamente doentes. O estudo revela ainda que cerca de 65% dos utentes estaria disponível para fornecer dados sobre a sua saúde, através de um dispositivo eletrónico, com o objetivo de receber aconselhamento e 66% está disponível para ter uma teleconsulta na próxima vez que seja necessário.

Questionados sobre aquelas que serão as doenças do futuro, a maioria dos portugueses destacam a doenças oncológicas (62%), seguidas das doenças cardiovasculares (26%) e a Saúde Mental (25%). Apesar da pandemia de covid-19, apenas 5% dos inquiridos consideraram as doenças infeciosas.

A maioria dos portugueses (77%) considera que o seu estado de saúde atual é “bom” ou “muito bom”, uma percentagem superior à registada no ano anterior (59,8%).

Na ótica dos utentes, os profissionais de saúde e a qualidade da informação fornecida pelos mesmos continuam a ser o ponto forte do SNS e que merece ser valorizado. Já o acesso aos cuidados é um dos pontos a melhorar, assim como os tempos de espera entre marcação e a realização dos atos médicos.