IPO de Lisboa tem mais tecnologia e médicos, mas faltam administrativos e operacionais 692

IPO de Lisboa tem mais tecnologia e médicos, mas faltam administrativos e operacionais 

07 de Agosto de 2015

O administrador do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa congratulou-se hoje com o investimento tecnológico e de pessoal da saúde que a instituição recebeu, mas reconheceu as dificuldades que a falta de trabalhadores administrativos e operacionais causa à instituição.

 

«Há áreas que podem parecer menos importantes, mas são igualmente indispensáveis ao bom funcionamento das instituições», disse Francisco Ramos aos jornalistas no final de uma cerimónia em que o ministro da Saúde entregou a medalha de Serviços Distintos Grau de Ouro ao IPO de Lisboa.

 

Francisco Ramos reconheceu que houve uma redução de recursos humanos, entre 2010 e 2014, mas que em 2015 esta situação melhorou, registando-se mais 40 trabalhadores do que no ano passado, noticiou a “Lusa”.

 

O administrador esclareceu que a falta de médicos nunca foi o maior dos problemas nesta área, mas sim ao nível das profissões de apoio, em que «houve reduções muito grandes, com mais dificuldades nas autorizações para recrutar».

 

A cerimónia de hoje contou ainda com a inauguração de dois aceleradores lineares, que, ao juntarem-se aos quatro já existentes, «recompõem a capacidade do IPO de Lisboa em radioterapia».

 

Este IPO deixa assim de precisar de recorrer a entidades privadas para assegurar este serviço aos seus doentes, o que deverá resultar numa poupança de três milhões de euros anuais.

 

Segundo Francisco Ramos, as duas máquinas irão responder a mais mil doentes por ano e assegurar uma resposta aos 3.000 que anualmente necessitam de receber radioterapia nesta instituição.

 

Por ano, o IPO de Lisboa recebe cerca de 6.000 novos doentes.

 

O administrador disse ainda que a instituição está a estudar uma eventual proposta para a compra de mais um acelerador nuclear.

 

Na cerimónia de hoje, em que o ministro da Saúde e outros dirigentes do setor observaram os dois aceleradores nucleares, que custaram cerca de sete milhões de euros, a comitiva visitou ainda o serviço de ressonância magnética, onde está localizada uma nova máquina.

 

Trata-se da máquina mais avançada do país e que permite imagens de qualidade superior, tendo custado 1,4 milhões de euros.

 

No final da visita, o ministro da Saúde sublinhou o investimento que o IPO de Lisboa recebeu entre 2012 e 2014 e que rondou os 21 milhões de euros, os quais acrescem ao valor dos contratos-programa com a instituição.

 

Para Paulo Macedo, este investimento reflete «a aposta no serviço público».

 

«Estes investimentos, não só tornam o IPO autossuficiente em imagem, como proporcionam uma poupança de três milhões de euros», disse.

 

Sobre a falta de pessoal, o ministro reconheceu que «são precisas mais pessoas», mas lembrou que nos últimos anos entraram na instituição «centenas de pessoas».

 

«Houve redução de pessoas em termos absolutos, mas houve renovação do quadro médico e estamos a resolver questões pontuais», adiantou, recordando que, só este ano, entraram para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) cerca de 5.000 pessoas.