IPST: Plasma português será totalmente aproveitado a partir do próximo ano 12 de Junho de 2015 O plasma português vai começar a ser totalmente utilizado a partir do próximo ano, através de um programa que permitirá, pela primeira vez, a transformação deste produto em medicamentos, anunciou o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST). O presidente do IPST, Hélder Trindade, disse à agência “Lusa” que este programa é «o corolário do trabalho que este instituto fez ao longo dos últimos anos» e que o mesmo se segue à inativação do plasma português para transfusões, que já é feita. Faltava ainda o tratamento do plasma remanescente como matéria-prima para a produção de medicamentos derivados do plasma. Para tal, foi lançado um concurso que está a correr, do qual deverá resultar uma empresa que irá fracionar o plasma, a começar pelos 30 mil litros que o IPST tem colhidos e conservados. Em 2013, Portugal gastou 39.740.469 euros na aquisição de derivados do plasma (imunoglobulina, fator VIII, albumina, fator IX, fator von Willebrand. Hélder Trindade não avança com o valor da poupança que deverá resultar do tratamento do plasma português para medicamentos, embora reconheça que deverão ser «alguns milhões». O presidente do IPST sublinhou, no entanto, a importância de todo o plasma resultante da colheita de sangue de dadores em Portugal poder ser, desta forma, aproveitado. A empresa vencedora do concurso deverá ser escolhida até setembro, estando previsto que, a partir de março, a transformação do plasma português em medicamentos avance. Em 2013, foram colhidas 362 mil unidades de sangue em Portugal, das quais 214 mil através do IPST e as restantes pelos serviços de sangue hospitalares. Para transfusão, o IPST tem capacidade para garantir todo o plasma, o qual é inativado por dois métodos diferentes: um efetuado pelo próprio instituto depois de comprado o reagente (amotosaleno) e outro (solvente reagente) por prestação de serviços da Octapharma. O restante plasma destina-se ao fracionamento para obter os medicamentos derivados deste produto necessários aos doentes. De acordo com o Programa Estratégico Nacional de Fracionamento de Plasma Humano, apresentado ontem em conferência de imprensa, em 2016 serão iniciadas as diligências para que o mesmo contemple a entrada dos serviços de sangue hospitalares como fornecedores de plasma. |