João Rui Pita, professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC), foi distinguido com a medalha “Carmen Francés”, de história da farmácia, um dos mais consagrados prémios mundiais da área.
Em declarações exclusivas ao portal Netfarma, João Rui Pita fala em reconhecimento de todo o trabalho feito e dedica o prémio a todos os farmacêuticos.
“Ser distinguido com este prémio é o reconhecimento do trabalho que tenho realizado de há muitos anos até hoje. É o reconhecimento da validade científica da investigação em si e do ensino e divulgação da história da farmácia mas, também, a valorização da área científica e do ensino da história da farmácia. Sinto esta distinção como uma homenagem a todos os farmacêuticos, que exercem um notável trabalho na sociedade, e à Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra tanto o seu corpo docente e discente”, afirma.
João Rui Pita foi distinguido pelo seu trabalho de investigação e ensino de história da farmácia e da ciência realizado desde há vários anos para cá.
“A distinção que me foi atribuída teve como base minha carreira. Iniciei a minha carreira docente universitária em 1986. Realizei doutoramento em 1995. Desde 1989 que trabalho regularmente em história da farmácia. Tenho lecionado disciplinas da área da história da farmácia, da sociologia farmacêutica, da ética, deontologia e legislação, organização farmacêutica e da história da ciência a nível dos três ciclos de estudos sendo estas as minhas principais áreas de interesse de investigação tendo sido responsável e participante em vários projetos de investigação. (…) É toda esta atividade que é destacada e que me deixou muito feliz e orgulhoso”. sublinha.
A Medalha de Mérito em história da farmácia foi criada em 1998 pela Professora Doutora María del Carmen Francés Causapé, da Universidade Complutense de Madrid, com o objetivo de premiar com caráter bienal, o trabalho realizado em prol da história da farmácia em qualquer parte do mundo.
E para João Rui Pita a “história da farmácia nas Faculdades de Farmácia é imprescindível na formação dos futuros farmacêuticos”.
“Para além de os introduzir no corpo profissional é importante para lhes fornecer um conjunto de argumentos fortes para a sua identidade enquanto futuros profissionais. Para os apresentar à grande família farmacêutica e para servir de base à compreensão de inúmeras questões éticas, deontológicas, organizativas, técnicas e científicas. É importante que profissionais e cientistas do campo farmacêutico fiquem conscientes da sua identidade científica e, nalguns casos, profissional, o que exige que sejam fornecidos aos alunos e aos profissionais e cientistas um corpo de ideias e de imagens com substância histórica e que sejam capazes de estruturar e consolidar a identidade farmacêutica e de contribuir para, em muitos campos de atuação, a sua legitimação histórica”, explica.
O prémio de âmbito mundial, é atribuído pela Academia Internacional de História da Farmácia, e foi decidido por um júri presidido pela própria fundadora do prémio.
O prémio foi divulgado no 44th International Congress for the History of Pharmacy que decorreu em Washington, nos Estados Unidos, este mês de setembro.
João Rui Pita é professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra e investigador e coordenador científico, em colaboração com a professora doutora Ana Leonor Pereira, do Grupo de História e Sociologia da Ciência e da Tecnologia do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra – CEIS20.
É coordenador do Laboratório de Sociofarmácia e Saúde Pública, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. Leciona disciplinas da área da história da farmácia, da sociologia farmacêutica, da ética, deontologia e legislação, organização farmacêutica e da história da ciência. É ainda Presidente da Sociedade de História Interdisciplinar da Saúde-SHIS.