João Semedo «preocupado» com SNS propõe urgências básicas 435

João Semedo «preocupado» com SNS propõe urgências básicas

03-Fev-2014

O coordenador do Bloco de Esquerda (BE) está «muito preocupado» com o Serviço Nacional da Saúde (SNS) e com a situação das urgências no país e defendeu ontem a criação de uma «urgência básica» em cada hospital.

Em cada unidade hospitalar deve haver «uma urgência básica» a que «as pessoas, quando adoecem, podem recorrer», defendeu João Semedo, junto às urgências do Hospital de Faro, onde participou num cordão humano em que foi pedida a demissão do diretor do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), Pedro Nunes.

João Semedo lamentou que os utentes tenham de esperar «horas e horas» para serem atendidos. O bloquista, médico de profissão, que iniciou ontem no Algarve o roteiro para a Saúde – que o levará a percorrer o país -, frisou que nos grandes centros urbanos os hospitais têm urgências polivalentes e médico-cirúrgicas, o que provoca «confusão de profissionais», «confusão de espaços» e «confusão de urgência» e onde os «utentes com necessidades muito diferentes se misturam».

O coordenador do BE disse também estranhar a forma como o diretor do CHA, Pedro Nunes, se tem pronunciado sobre os problemas de Saúde no Algarve. «Eu próprio, que conheço bem o dr. Pedro Nunes, tenho estranhado a forma como se tem pronunciado sobre os problemas de Saúde no Algarve, sobre os problemas [da instituição] que dirige e, sobretudo, sobre os colegas que lhe escreveram a carta» a alertar para a alegada existência de adiamentos de cirurgias programadas no CHA, por falta de material, e para a alegada falta de medicamentos.

O deputado disse acreditar que o ministro da Saúde, Paulo Macedo, «ainda tenha uma réstia de sentimento de responsabilidade para mudar o que se está a verificar [no Hospital de Faro]». A reorganização dos cuidados de Saúde no Algarve, iniciada em maio de 2013 com a criação do CHA, foi criticada pelo Bloco de Esquerda «desde a primeira hora».

«A reorganização trouxe degradação! Tal ficou bem patente através das dificuldades sentidas ao nível das viaturas médicas de emergência e reanimação, da morte prematura de uma criança na sequência de uma cirurgia, da ausência de realização de ressonâncias magnéticas e das inúmeras dificuldades apontadas pelos 182 médicos assistentes hospitalares», lê-se num comunicado do Bloco enviado à comunicação social, citou a “Lusa”.