“É urgente que sejam cumpridas as promessas já feitas de criar Serviços de Reumatologia em todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde” e “concretizar a implementação da Rede de Reumatologia no seu todo”.
O alerta foi dado, segundo especificado em comunicado, pela presidente da Associação Nacional de Artrite Reumatoide (A.N.D.A.R.) Arsisete Saraiva, na sessão de abertura das XXV Jornadas Científicas da ANDAR que decorreram recentemente em Lisboa. Sobre a falta de serviços de reumatologia, Arsisete Saraiva concretiza com os exemplos do Hospital Prof. Doutor Fernando da Fonseca, na Amadora que, com mais de 650 000 utentes, não tem este serviço, e o Hospital Universitário de Santo António, no Porto, que serve 317 773 utentes, e também não tem um serviço de Reumatologia.
A presidente da A.N.D.A.R. reforçou a dificuldade e iniquidade de acessos que esta situação provoca, agravada pelo facto de, ao contrário do que acontece noutras especialidades, em que a prescrição de medicamentos inovadores é feita por médicos especialistas, na Artrite Reumatóide, pode ser feita, por médicos “com experiência em tratar”.
Em termos de acesso, relembrou uma das soluções já propostas, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Reumatologia e da Associação Nacional das Farmácias, a dispensa em proximidade dos medicamentos biotecnológicos deve ser diretamente do laboratório para a farmácia comunitária, sem ser necessário passar pela farmácia hospitalar, medida que ainda não avançou.
O evento contou com a participação de diferentes personalidades, como o Diretor Executivo do SNS, Álvaro Almeida, o presidente do Centro Académico de Medicina de Lisboa, João Eurico da Fonseca, o presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, Fernando Pimentel, o Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Helder Mota Filipe e o presidente do Conselho de Administração da Agência Europeia de Medicamentos, Rui Santos Ivo.
Bastonário apela a expansão “com maior celeridade”
Helder Mota Filipe, durante a sua intervenção no evento, sublinhou, segundo avança o portal da OF, a importância dos farmacêuticos no acesso à inovação terapêutica e na proximidade do acompanhamento aos doentes com doenças reumáticas.
Na sessão de abertura das Jornadas, o bastonário destacou os avanços significativos registados nos últimos anos no tratamento da artrite reumatoide, com especial enfoque no acesso a medicamentos biológicos e inovadores, na medicina de precisão e nas abordagens personalizadas, que colocam o doente no centro da decisão clínica.
Referindo-se à dispensa de medicamentos e produtos de saúde em proximidade, reforçou o impacto positivo desta medida na vida dos doentes: “Foi um passo essencial para promover a adesão à terapêutica, aliviar a pressão sobre os hospitais e devolver ao doente o tempo e a dignidade que merece”, afirmou Helder Mota Filipe, tendo alertado, no entanto, para os constrangimentos que ainda se verificam na implementação deste modelo, apelando à sua expansão com maior celeridade.
