Jovens farmacêuticos sugerem novas categorias para os prémios do setor: Farmácia Verde e Associação de Doentes do Ano 33

Os Prémios Almofariz, que serão entregues a 24 de outubro, no Casino Estoril, comemoram este ano o seu 30.º aniversário. A iniciativa da revista FARMÁCIA DISTRIBUIÇÃO, visa celebrar a Farmácia e os farmacêuticos.

Para fazer uma reflexão sobre o futuro dos Prémios Almofariz, o NETFARMA falou com Lucas Chambel, presidente da direção da Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos (APJF), com Maria Rita Fonseca, presidente da Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF) e com Paulo Silva, diretor da FARMÁCIA DISTRIBUIÇÃO.

 

Grande responsabilidade

Os desafios de organizar os Prémios Almofariz “são os de qualquer grande evento”, declara Paulo Silva, acrescentando que “temos a plena consciência de que as pessoas presentes e o setor, de uma forma geral, esperam muito de cada cerimónia e isso traz-nos grande responsabilidade”. Não obstante, “a equipa de Eventos e Projetos Especiais da Hollyfar é fantástica e garante que tudo correrá na perfeição”.

 

Acrescentar novidades a cada edição

“Em todas as iniciativas do universo FARMÁCIA DISTRIBUIÇÃO procuramos constantemente trazer algo de novo, pelo que é apenas natural que os Prémios Almofariz vão acrescentando novidade em cada edição”, continua o diretor da revista.

No entanto, há algo que, “especificamente nos Prémios Almofariz, fazemos questão que se mantenha inalterável: o espírito de celebração, ser a noite do ano em que farmácias, farmacêuticos e todos os stakeholders do setor se encontram e, juntos, celebram a Farmácia. Por aí, diria que não haverá qualquer inovação!”, garante Paulo Silva

Em relação ao que falta fazer, o responsável preserva o mistério, afirmando que “é sempre muito. Mas o segredo é a alma do negócio…”.

 

Uma categoria para estudantes estagiários e jovens farmacêuticos

Maria Rita Fonseca, para quem os Prémios Almofariz são um “símbolo de prestígio”, deixa algumas sugestões para o futuro.

No âmbito de aproximar os jovens à profissão e atrair novos talentos para o setor, “acredito que a criação de uma categoria direcionada a estudantes estagiários e jovens farmacêuticos, seria uma inovação significativa para os Prémios Almofariz”, revela.

Esta nova categoria teria como objetivo, de acordo com a estudante, “incentivar as novas gerações de farmacêuticos, reconhecendo o valor das suas contribuições e promovendo o espírito de inovação dentro das farmácias comunitárias”.

O foco a categoria “poder-se-ia centrar nas inovações introduzidas por estes jovens, abrangendo áreas como: serviços inovadores implementados nas farmácias que melhorem a prestação de cuidados de saúde; otimização da gestão farmacêutica, incluindo melhorias na eficiência operacional, no atendimento ao cliente ou na introdução de tecnologias digitais; e intervenções junto da comunidade, com destaque para iniciativas que tenham demonstrado impacto positivo na adesão à terapêutica, literacia em saúde ou bem-estar da comunidade”, explica Maria Rita Fonseca.

 

Uma categoria de ‘Farmácia Verde’

Além de uma categoria voltada para jovens e futuros farmacêuticos, “seria igualmente interessante a criação de uma categoria intitulada ‘Farmácia Verde’, alinhada com o crescente foco na sustentabilidade e nas práticas ecologicamente responsáveis”, acrescenta Maria Rita Fonseca, especificando que “esta nova categoria poderia destacar farmácias que se empenhem em áreas como a redução de resíduos, utilização de embalagens ecológicas ou biodegradáveis e gestão adequada de medicamentos expirados”.

 

Uma categoria que distinguisse associações de doentes

Também Lucas Chambel dá uma ‘ajuda’ no que toca a ideias para novas categorias. “Acredito que no contexto que vivemos temos uma obrigação de reconhecer não apenas o impacto dos profissionais e do setor, mas também os projetos de base comunitária que contribuem para a eficiência do sistema de saúde e a capacitação da pessoa no mesmo”, elucida o presidente da APJF.

Assim sendo, “seria interessante pensar na criação de uma categoria que distinguisse uma associação representativa de pessoas que vivem com doença que se tenha destacado”, conclui.

 

Comunicar para outros setores

Além da criação da nova categoria, Lucas Chambel deixa ainda outra sugestão: “considero ser fundamental que os projetos e personalidades distinguidos sejam comunicados para outros setores, de forma que o impacto dos projetos e iniciativas da profissão farmacêutica tenham eco noutras classes profissionais, proporcionando sinergias e valorização da área farmacêutica”.

Sendo que, para o presidente da APJF, “novas metodologias de colaboração com as organizações setoriais serão também sempre bem-vindas”.

Lucas Chambel reconhece que “na correria do dia a dia é difícil, por vezes, percebermos o impacto que provocamos na saúde das pessoas e do país”, acrescentando que “estes prémios são, por isso, um alerta de que o impacto que os farmacêuticos têm é reconhecido e impulsionado e que o seu compromisso não passa ao lado do setor”.

Assim sendo, “esperamos ver cada vez mais jovens a serem distinguidos pela sua irreverência crónica que, em última análise, permite o progresso e a criação do presente e do futuro”, concorda Lucas Chambel.