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Mantém-se, genericamente, a tendência positiva dos principais indicadores de saúde em todas as fases da vida, tendo o nível de saúde dos habitantes do território nacional vindo a apresentar ganhos ano após ano, atestados pela evolução dos principais indicadores, em particular, no que se refere aos anos perdidos de vida saudável devido a doença, lesão ou fator de risco. Esta é a conclusão do relatório “A Saúde dos Portugueses. Perspetiva 2015”, da Direção-Geral da Saúde. Apesar das evoluções registadas, existem outros fatores que diariamente mostram que ainda existe um longo percurso até o acesso aos cuidados de saúde ser eficiente. Ouvimos frequentemente e vivemos no nosso dia a dia com tempos de espera em serviços de saúde muito mais elevados do que qualquer cidadão desejaria. Estes indicadores, que agora são partilhados ao minuto no site do Serviço Nacional de Saúde, são reveladores dos processos de transformação que o setor da saúde ainda terá de operar para se tornar eficiente para o doente. Hoje os desafios que se colocam ao setor da saúde são enormes e passam pela falta de pessoal especializado, aumento da procura em virtude do aumento da esperança média de vida e restrições orçamentais, entre outros. Tal como noutros setores, o investimento em novas tecnologias não resolve todos os problemas. É fundamental criar uma cultura de melhoria contínua. Nesse campo, o Kaizen Lean aplicado à saúde tem como objetivo reduzir os tempos de espera, melhorar o serviço prestado aos doentes, aumentar a eficiência e motivar os colaboradores, fazendo-o sem grandes investimentos e aproveitando o potencial criativo e inovador das equipas. O Processo Kaizen Lean aplicado de forma contínua produz um efeito de mudança cultural, onde todos os colaboradores procuram sistematicamente a eliminação do desperdício, e a sua substituição por valor acrescentado, visando atingir os objetivos estratégicos da organização de forma sustentada. Este processo é muito utilizado nos EUA, Canadá e Reino Unido e tem também vindo a ser aplicado em unidades de saúde em Portugal desde 2004. Os bons resultados são evidentes a vários níveis, desde a logística à consulta externa, urgência, meios complementares de diagnóstico e terapêutica, passando pelo bloco operatório e internamento, onde se destaca uma redução acentuada dos tempos de espera para os mais variados atos clínicos e a melhoria da satisfação dos doentes e dos profissionais de saúde. Ganhos estes que podem, e devem, ser estendidos a toda a cadeia de valor, começando, por exemplo, na Indústria Farmacêutica e estendendo-se até ao paciente. Erros, processos complicados, transportes e esperas são alguns dos desperdícios da saúde. O Kaizen aposta na implementação de ferramentas simples com vista a prestar um melhor serviço ao doente com menos desperdício para a organização. O objetivo é os profissionais de saúde centrarem as suas atividades no cuidado ao doente, com adoção de melhores práticas de serviço e melhoria da eficiência. O envolvimento de toda a organização é essencial para o sucesso dos projetos e as alterações têm que ser pensadas e implementadas no local onde se acrescenta valor (Gemba na linguagem Kaizen). António Costa, |
