Revolução ou disrupção pouco importa… o importante é registar ganhos em saúde! 972

Melhor é impossível… Numa semana com os holofotes no Web Summit, a 5ª conferência MF Talks – DIGITAL HEALTH, Os Novos Desafios do Marketing Farmacêutico – vem confirmar que no mundo digital resultante da revolução tecnológica na prestação e gestão de cuidados de saúde, a Indústria Farmacêutica (IF) está a evoluir para continuar a ser um player determinante na procura das melhores soluções para os seus doentes. Já Peter Drucker dizia que «o saber demonstra-se a si próprio na ação, é informação eficaz dirigida para resultados». Nem mais!
 
Iniciámos com a visão de helicóptero do Carlos Oliveira, economista e professor do ISEG, que identificou necessidades e expetativas de cidadãos e doentes. Sinalizou ferramentas, novos custos, vantagens e benefícios. E porque a viagem é do geral para o particular, surge a visão de quem estudou a “Literacia em Saúde em Portugal” (ISCTE-IUL) e hoje responde pelo Núcleo de Inovação e Investigação dos SPMS, Rita Veloso Mendes. A socióloga garante que «o digital estará preparado para nos acompanhar em todos os momentos do nosso ciclo de vida» e alerta para a necessidade da sua implementação dever ter sempre o contributo de todas as partes envolvidas.
 
Vamos então ao terreno com dois bons exemplos de quanto a IF vai inovando… Ao ritmo possível, porque no meio há pessoas e o digital é apenas um “MEIO” que pode e deve permitir que se faça mais e melhor pelos doentes e pela saúde em geral. Foi o que nos disse Nuno Rodrigues, Digital & Multichanel Manager, Roche. A importância de conhecer e estar sempre a aprender com os targets identificados: Profissionais de Saúde, Doentes, Cuidadores e Familiares. Um “must”, digo eu! Também Paulo Duarte, Multichanel Manager, Pfizer, após identificar os “novos clientes” – Utente, Farmacêutico e Médico – assume que o desafio está na criação sistemática de propostas de valor para cada um deles. Por isso, o “conteúdo” é rei!
 
Também escutámos Bruno Almeida, médico da APDP, dizer que já há uma geração de médicos a trilhar os caminhos do digital e interessados em reverter essa vantagem em benefícios para os seus doentes. Do mesmo modo que ficámos a saber por Paulo Morais, Digital Health & E-business Manager da Follow Reference, que o fator crítico de mudança nas companhias farmacêuticas é o mindset dos seus colaboradores. Não é uma questão tecnológica. É cultural. Lembro-me até que alguém já nos tinha dito que «Social Media it’s all about sociology and psycology more than technology»… É fantástico o que estas conferências MF Talks nos aportam!

Luís Vasconcelos Dias,
Consultant, Pharma & Healthcare