Laboratório distingue “reciclagem” de medicamentos para o VIH/sida 659

Laboratório distingue “reciclagem” de medicamentos para o VIH/sida

04 de Abril de 2016

A “reciclagem” de medicamentos para a cura do VIH/sida ou fisioterapia em casa para doentes com fibrose quística são dois dos 13 projetos que beneficiam do programa Gilead Génese 2015, apoiado em 280 mil euros pelo laboratório Gilead Sciences.

As bolsas serão entregues aos responsáveis pelos projetos distinguidos, amanhã, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, numa cerimónia com a presença do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

Na edição de 2015, que contou com o patrocínio do Presidente da República e à qual se apresentaram cerca de 60 candidaturas, foram selecionados, por comissões externas, 13 projetos – oito científicos e cinco comunitários.

Para o total de bolsas a conceder, o programa disponibilizou, no ano passado, 280 mil euros, indicou, numa nota à imprensa, a empresa farmacêutica, que atribui os apoios financeiros desde 2013.

O programa Gilead Génese destina-se a financiar a investigação e as boas práticas de acompanhamento de doentes, no cancro e linfomas, no VIH/sida, nas hepatites B/C e na fibrose quística (doença genética que afeta diversos órgãos, incluindo pulmões, pâncreas e intestinos).

Um dos projetos selecionados está a cargo do Instituto de Investigação do Medicamento, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, e pretende provar que medicamentos usados no tratamento de certas doenças podem ser utilizados para curar pacientes com sida.

O investigador e docente João Gonçalves disse à “Lusa” que a sua equipa identificou sete fármacos, associados ao tratamento de doenças neurológicas, que podem ser úteis para a cura da infeção do VIH/sida, lembrando que existem medicamentos para o cancro que já são usados no tratamento da diabetes.

A empresa farmacêutica Gilead Sciences decidiu ainda subsidiar projetos, na área científica, que visam, entre outros, o estudo da eficácia de novos medicamentos em doentes com fibrose quística, o diagnóstico precoce da disfunção renal em seropositivos e a produção em coelhos de anticorpos que neutralizem o VIH.

Na vertente comunitária, foram contemplados com bolsas projetos destinados, nomeadamente, a promover o rastreio e o diagnóstico de VIH/sida, sífilis e hepatites em imigrantes, em Coimbra, o acompanhamento domiciliário de idosos com VIH/sida, no Porto, e o exercício físico e a fisioterapia em casa de doentes com fibrose quística, na região Norte.