Laboratório Nacional pode colmatar falhas de medicamentos no mercado a pedido 570

O diretor do Laboratório Nacional do Medicamento, Manuel António Ramalho da Silva, garantiu à agência Lusa, que a estrutura tem capacidade para compensar eventuais falhas no mercado de medicamentos, mas sempre a pedido das autoridades, sublinhando que não tem intuito concorrencial.

“Podemos, de facto, produzir, nós não temos capacidade de produzir lotes em grande quantidade, mas sim situações específicas e pontuais”, explicou à Lusa, Manuel António Ramalho da Silva.

O diretor do Laboratório esclareceu que, em caso de falha, para otimizar a gestão, se recorre primeiro à reserva estratégica do medicamento, e o que se pretende é que tanto medicamentos como dispositivos que fazem parte da reserva estratégia do medicamento, gerida pelo Laboratório Nacional do Medicamento, tenham rotação.

“Pretende-se que tudo o que esteja na reserva tenha uma fase de rotação, ou seja: quando alguém nos solicita algum medicamento ou algum dispositivo médico temos de tentar sempre ver se existe na reserva estratégica para poder fornecer” e depois adquirir para repor, explicou, sublinhando: “assim, estamos sempre a atualizar o prazo de validade dos materiais”.

Contudo, insistiu, qualquer produção tem de ser sempre a pedido e autorizada pelas autoridades de saúde

Questionado sobre a sugestão do bastonário da Ordem dos Farmacêuticos para que o setor da distribuição trabalhe em conjunto com o laboratório nacional na gestão da reserva estratégica de medicamentos, o diretor do Laboratório defende que “a ideia faz algum sentido, mas a lógica de trabalho dessas entidades é que pode ser ligeiramente diferente”.

“Nós aqui temos uma reserva estratégica para servir o país, enquanto que os distribuidores têm uma função mais privada, com sentido de lucro, de autofinanciamento, de facto, para abastecer as farmácias”, explicou, acrescentando que “eles podem não ter todos os medicamentos que nós temos, por exemplo, porque nós também temos a rede hospitalar. Os formulários de medicamentos hospitalares são diferentes daqueles que nós temos nas farmácias abertas ao público”.