Laboratório português vai comercializar fármacos inovadores para epilepsia e Parkinson 748

Laboratório português vai comercializar fármacos inovadores para epilepsia e Parkinson

04 de Dezembro de 2015

A empresa farmacêutica portuguesa Bial anunciou ontem uma parceria com a biofarmacêutica belga UCB com vista a facilitar o acesso de doentes nacionais a dois medicamentos inovadores na área da epilepsia e da doença de Parkinson.

Numa informação divulgada à “Lusa”, a Bial esclarece que o acordo lhe permite assegurar «em exclusivo», junto dos profissionais de saúde portugueses, a «promoção e informação», sobre o Vimpat e o Neupro, «dois fármacos de investigação da UCB».

Segundo António Portela, presidente executivo da empresa farmacêutica portuguesa, a Bial vai, com a comercialização destes medicamentos neurológicos, «disponibilizar dois fármacos que demonstraram dar resposta a necessidades clínicas ainda não satisfeitas em duas patologias devastadoras e associadas a uma enorme incapacidade».

«A nossa experiência na área da Neurologia será enriquecida e, certamente, permitirá que mais pacientes possam receber os tratamentos adequados para combater estas doenças», acrescentou o responsável da Bial.

De acordo com a informação da empresa, «o VIMPAT (lacosamida) está indicado como terapêutica adjuvante no tratamento de crises epiléticas parciais em doentes com epilepsia com idade igual ou superior a 16 anos».

«Este fármaco representa um novo tratamento para os doentes com epilepsia, uma doença altamente incapacitante em que mais de 25% dos pacientes não consegue alcançar o controlo de crises com as terapêuticas atuais», acrescenta a Bial.

Quanto ao Neupro (rotigotina) é apresentado como «o primeiro agonista da dopamina disponível em sistema transdérmico que, em associação com a levodopa, está indicado para o tratamento da doença de Parkinson em estados avançados».

«O adesivo transdérmico proporciona um fornecimento constante da rotigotina ao longo de 24 horas, melhorando a qualidade de vida dos doentes», observa a empresa farmacêutica.

De acordo com António Portela, a parceria com a UCB reforça o compromisso da Bial em levar ao mercado «medicamentos diferenciadores» e a estratégia de «estabelecer alianças com empresas internacionais que assumem a mesma missão de Bial, ou seja, fornecer medicamentos inovadores e de alta qualidade, capazes de melhorar a qualidade de vida dos pacientes».

Jesús Sobrino, diretor geral da UCB Ibéria, destacou a «satisfação» em ter a Bial como parceiro, sobretudo porque se trata de uma empresa cujas «competências e forças» na área da Neurologia «irão possibilitar que cada vez mais pacientes possam conhecer estes tratamentos para a epilepsia e Doença de Parkinson, com efeitos na sua qualidade de vida e na progressão favorável das doenças de que padecem».

A Bial refere que aproximadamente 50 milhões de pessoas em todo o mundo têm epilepsia, o que faz desta doença «a condição neurológica grave mais comum».

«Em Portugal, a epilepsia atinge cerca de 50 a 60 mil pessoas e todos os anos surgem cerca de 50 novos doentes por cada 100 mil pessoas», sublinha.

Quanto à doença de Parkinson, «é uma doença neurodegenerativa do sistema nervoso central caracterizada pela presença de bradicinésia (lentificação dos movimentos), tremor, rigidez muscular e alteração postural».
 
Trata-se da «segunda doença neurodegenerativa com maior prevalência no país», que afeta 13 mil doentes em Portugal.

Estima-se «o aumento deste número nas próximas décadas em consequência do envelhecimento da população».