Laboratórios e fisioterapeutas apreensivos com novas convenções e reembolsos nos Açores
31 de julho de 2014
Os laboratórios de análises clínicas nos Açores reconhecem que os novos valores das convenções com o Serviço Regional de Saúde são os acordados com o executivo açorino, mas estão apreensivos em relação «à quantidade» de trabalho que vão ter.
O representante nos Açores da Associação de Laboratórios de Análises Clínicas, João Pedro Freitas, destacou ontem que falta «definir a quantidade de serviços» necessários a cada ilha.
«Segundo esta portaria, a convenção será efetuada através das unidades de saúde de ilha, naturalmente quando estas tiverem necessidades», afirmou João Pedro Freitas.
Os laboratórios estão por isso na expetativa de saber «a quantidade de serviço que terão a partir do dia 1 de agosto» que «depende da necessidade da unidade de saúde de ilha nesta área».
«A partir do dia 1 de agosto, os laboratórios ficam sem saber o que fazer relativamente a beneficiários do serviço regional de saúde que se desloquem aos laboratórios que até amanhã, dia 31 de julho, estão convencionados», explicou.
O secretário regional da Saúde, por seu turno, sublinhou, em declarações aos jornalistas em Ponta Delgada, que a atualização das tabelas das análises clínicas foi negociada com os laboratórios, tendo-se, de forma considerada consensual, procedido a uma redução de cerca de 10%.
«Há que salientar que isto foi uma proposta dos laboratórios. Ou seja, fizemos a nossa proposta inicial de aproximação à tabela nacional, os laboratórios contrapropuseram uma tabela que está vertida na própria portaria», declarou Luís Cabral.
Também os fisioterapeutas estão expectantes com o novo sistema de reembolsos de serviços de saúde prestados no privado, que entra em vigor a 1 de outubro.
Segundo Conceição Gomes, representante da Comissão Representativa dos fisioterapeutas e terapeutas da fala nos Açores, a contraproposta enviada ao executivo açoriano «não foi tida em conta» e são os utentes que vão sofrer as consequências.
«Vai haver doentes que precisam de fisioterapia e que não vão fazer. O doente não vai ter capacidade de fazer fisioterapia porque não tem dinheiro para pagar. Nós estamos a cortar num gasto que é a fisioterapia a curto prazo, a médio e a longo prazo vai custar muito mais», afirmou, citado pela “Lusa”.
Segundo duas portarias publicadas ontem no jornal oficial dos Açores, a região vai ter um novo regime de convenções com os privados a partir de quinta-feira e novas regras nos reembolsos de cuidados prestados nos privados a partir de 1 de outubro.
O secretário regional da Saúde justificou estas mudanças nos reembolsos e convenções com o aumento da capacidade de resposta do Serviço Regional de Saúde.