Laço atribui duas bolsas de 25 mil euros/cada a investigação sobre cancro da mama
07-Abr-2014
A associação Laço anunciou hoje que atribuiu este ano duas bolsas de investigação, no valor de 25 mil euros cada, a investigadoras que lideram projetos na área do cancro da mama metastático, «atualmente incurável».
As vencedoras foram Joana Paredes, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), que vai desenvolver um projeto sobre o cancro de mama “Triplo-negativo”, e Diana Gaspar, do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Universidade de Lisboa, que irá desenvolver um projeto na área das metástases do cérebro.
Joana Paredes, que lidera uma equipa de investigação do IPATIMUP, pretende desenvolver um trabalho sobre o cancro de mama “triplo-negativo” que é um tipo de tumor muito agressivo quando comparado com outros tipos de cancro da mama.
A associação Laço explica, em comunicado enviado à “Lusa”, que estes tumores tendem a crescer muito rapidamente, tendo também maior capacidade de gerar metástases e de voltar a aparecer, estando frequentemente associados a um mau prognóstico para as doentes.
Com este projeto, Joana Paredes propõe-se validar a utilização de um fármaco, já aprovado para o tratamento de outras neoplasias, no tratamento do cancro da mama “triplo-negativo”.
Esta hipótese baseia-se em resultados preliminares obtidos pelo grupo, que vêm demonstrar que «este novo tratamento poderá ter sucesso em mais de metade destes cancros, uma vez que expressam um biomarcador que permitirá a seleção das doentes que potencialmente beneficiarão desta terapia».
O projeto de investigação da equipa liderada por Diana Gaspar é na área das metástases no cérebro, muito frequentes nas doentes com cancro da mama. Com este projeto pretendem perceber de que forma as células de um cancro inicialmente confinado à mama conseguem passar pela corrente sanguínea, misturar-se com as células saudáveis presentes no cérebro e aí proliferar dando origem a metástases cerebrais.
O aspeto inovador deste projeto consiste «na utilização de microscopia de força atómica (AFM) para estudar a interação entre as células tumorais e as células saudáveis, desde que se libertam da mama, viajam pelo sangue e, por fim, se instalam no cérebro», lê-se no comunicado.
A presidência do Júri esteve a cargo de Maria Carmo-Fonseca, investigadora na área da biomedicina e que exerce funções como diretora no Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
De um total de cerca de 30 candidaturas, o júri nacional selecionou os dois projetos «pela sua originalidade e potencial impacto no desenvolvimento de tratamentos inovadores para o cancro da mama metastático, atualmente incurável».
A Laço é uma associação sem fins lucrativos fundada em 2000 e cujo objetivo é lutar contra o cancro da mama em Portugal.